quinta-feira, 14 de outubro de 2010

17out


Estou em muita falta aqui! Tenho tantos textos pra postar e tantas reflexões a expor, mas com essa nova fase na minha vida tenho que repensar bastante no que espelhar aqui. Nunca me senti tão leve e cheia de bons sentimentos ao mesmo tempo como tenho estado. Meu coração enfim está preenchido por completo. Nem sei mais o tempo que esperei pra eu mesma me encontrar assim. E neste post é tudo que eu tenho a dizer sobre isso. Meus nós andam bem distantes de quiproquós! Hoje não vou postar uma cronica, nem poesia, nem musica, hoje é cotidiano. MESMO!

Me lembro perfeitamente daquele último show. Eu entrando naquele lugar cinzento, de odor não muito agradável e cumprimentando sempre alguém. A maioria das pessoas que rodeiam a minha vida, partilham do mesmo gosto que o meu. E naquele lugar, não tinha como ser diferente. Era um dia de tristeza, misturado com felicidade, saudade, e um sentimento que até hoje, ninguém que esteve lá, soube explicar. Como pode sentir tudo isso ao mesmo tempo? Que sintonia é essa? Fato é que somos um público fiel e estávamos todos lá: rezando pra que não fosse real tudo aquilo que foi dito em torno do show. Entramos sabendo a verdade e saímos pedindo para que fosse mentira! Passado algum tempo, fizeram a alegria de alguns, tornando cada segundo do pseudo-encontro o mais longo possível e sendo muito bem saboreado. E novamente estávamos nós ali, não acreditando ainda no que se passava.

Hoje eu que não acredito nem um pouco no que está pra acontecer. Dezessete de outubro, quase duas semanas antes do meu aniversário. Natural pra quem tá prestes a nascer de novo!

Mala pronta, coração na mão e apenas dois dias que me separam de um dia que eu tanto esperei! Eu não disse que ia?

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Sem segredos



Tenho uma meia sete-oitavos cor de algodão doce.
Mas isso é segredo.
Gosto de Novos Baianos, ouço alto enquanto me arrumo. Mas isso? Pssss... É segredo.
Às vezes eu como direto da panela... Por favor, boca de túmulo!
Outro dia chorei assistindo Moulin Rouge. (outro dia?)
Se eu souber que alguém comentou isso por aí, eu nego.
Não leio emails longos.
Às vezes, falo que tenho 1,62.
Não sou totalmente loira e vivo querendo ser morena.
Penso sempre em fazer mais e mais tatuagens.
Filtro ligações no identificador de chamadas.
Mordi a hóstia na primeira comunhão.
Acho que bebê recém nascido não deve andar de avião. Pelo menos não no meu avião.
Queria me chamar Beatrice quando era criança.
Não sou esotérica, nem muito religiosa religiosa, nem acredito em coisas que não vejo. Confio mais nos astros do céu do que naqueles desenhados nos mapas.
Acho ridículo ficar sofrendo por amor, mas quando eu sofro acho ridículo quando acham isso de mim. E por isso já jurei para mim mesma que se meu peito doer por amor de novo vai doer calado, trancado no banheiro, até passar o ataque histérico e tudo voltar ao normal.
Dou risada por dentro quando ouço alguém falar uma bobagem descabida, sempre me acho incapaz de dizer tal asneira. Mas, ninguém precisa saber disso, né? Ficaria mal pra mim.
Odeio gente que se acha dona da verdade, esse tipinho que tem certeza de que o bairro onde mora é o melhor lugar do mundo, por exemplo. Essas pessoas que não compreendem como os outros podem ser felizes morando no centro, no Tremembé, em Hortolândia ou em Johanesburg não têm o meu respeito. Mas, como é segredo, elas não sabem disso e a gente se dá bem.
Adoro sentir saudade de seja lá o que for. E como disse um sábio amigo, não abriria mão de nenhuma delas por nada. São saudades minhas. Ao extremo, é a soma delas que faz de mim eu. Sinto saudade de comprar material escolar, de encapar os cadernos com o plástico daquela série, de escolher um estojo novo e uma borracha cheirosa. Sinto saudade até do cheirinho da escola (aquela mistura de pão doce e livro novo). Sinto saudade de ter preguiça de ir ao balé e não conseguir preparar uma primeira aula de sapateado, da marca Studio Line (esculpa seus cabelos à sua moda) e de nata no leite. E olha que eu nem gostava dela (e não gosto ainda).
Sou uma nostálgica incurável. Adoro Indiana Jones, Dr. Emmett Brown, a Mônica e o Cebolinha e Friends.
Há momentos em que fico lembrando de coisas com uma dor no peito... Videocassete e bomba de encher pneu de bicicleta, por exemplo. Quase choro.
Não quero casar na igreja. E já sonhei sim que tinha um bebê. Lindo, gordinho e risonho. Não, não era de ninguém conhecido, e isso no sonho era zero importante.
Não gosto de ouvir Maria Gadú. E olha que meu música brasileira está sempre no meu top five. Como essa mulher acha que pode cantar Legião Urbana e obter o mesmo sucesso? Não dá!
Fazer o quê? É a pura verdade, meu amigo... A pura verdade. A voz dela me irrita!
Amo algumas coisas e algumas pessoas como se fossem vitais para minha existência. Abomino outras como se fossem uma espécie de pereba crônica da qual não se livra nem com uma reza das brabas.
Eu gosto de cheiro de cachorro, de morango e de outono. Eu não gosto de bunda grande, assinatura eletrônica e frases no MSN. Isso faz de mim uma santa? Ou uma chata?
Eu gosto de piscina, de cebola e do Jude Law. Eu não gosto de Fall out boy, carnaval e textos do Jabor que não são do Jabor. Isso faz de mim uma pessoa amarga ou uma pessoa de bom gosto?
Eu gosto da Kate Winslet, de Cupim ao molho madeira e detergente de coco. Não gosto de gato, de “balada” e de acordar tarde. Por isso eu sou intolerante ou sincera?
Prefiro email à conversa por telefone, temaki a batata frita, Austrália a Paris, carro a avião. Então eu sou atrasada ou melancólica?
Odeio bom humor falsificado. Prefiro um homem que me ponha no eixo a um sentimental chato sem pelo no peito, mas não abro mão do romântico.
Não costumo dizer nunca. Sou cabeça dura e orgulhosa, mas mudo facilmente de idéia se convencida do contrário por alguém ou pelo meio.
Prefiro frio a calor, campo a praia, loiro a moreno, inteligência a emprego bem remunerado. Comédia a terror, amor a paixão, Quindim a sorvete. Odontologia a Farmácia, Rodrigo Aamarante a Leonardo Dicaprio, Beringela a jiló, atlântico a pacífico.
Entre cantar e dançar, fico com a segunda opção.
Entre o céu e o mar, fico com a montanha.
Entre o silêncio e a gritaria, escolho simplesmente estar só.
Entre o sim e o não, a verdade, por favor.
E nada disso interessa a absolutamente ninguém. Não interessa sequer a mim mesma que já sei de tudo que sei e que sou.
Meus erros ou minhas bondades, não vão fazer do mundo um lugar mais sombrio ou torná-lo melhor.
Minhas verdades não fazem de mim uma pessoa boa ou ruim.
Por isso, guardo tudo em segredo.
É coisa minha.
Não interessa a ninguém.


R. Telles

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A minha tv tá louca.


Enquanto pessoas perguntam porque, outras pessoas perguntam porque não? Até porque não acredito no que é dito, no que é visto. Acesso é poder e o poder é a informação. Qualquer palavra satisfaz, a garota, o rapaz. E a paz quem traz, tanto faz. O valor é temporário, o amor imaginario e a festa primeiro de julho. Um minuto de silêncio é um minuto reservado de murmúrio, de anestesia. O sistema é nervoso e te acalma com a programação do dia, com a narrativa. A vida ingrata de quem acha que é noticia, de quem acha que é momento. Na tua tela querem ensinar a fazer comida uma nação que nao tem ovo na panela, que não tem gesto. Quem tem medo assimila toda forma de expressão como protesto.

domingo, 27 de junho de 2010

Duas almas

E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa,
essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua,
podes partir de novo ...

Alceu Wamosy


Foto: Kleber Saraiva

sábado, 19 de junho de 2010

Francisco, again

Sei que prometi postar crônicas, mas hoje é o dia dele! Eeee, bem, estou desculpada, ?! rs.

 

Desde nova fui embalada por sons brasileiros, mas levei um tempo pra me encontrar em grandes poetas. Vaguei aqui, ali. Mas finalmente me achei. Fui me apaixonando aos poucos, ouvindo amigos cantando, vídeos rolando, histórias sendo contadas. E assim começaram os meus ensinamentos.
Aprendi, por exemplo, que havia uma mãe que muito se orgulhava de seu filho que, apesar de ser bandido, nada em casa permitia que faltasse. Seu moço, olha aí, é O Meu Guri (''e ele chega''). Que Vai Passar nessa avenida um samba popular, onde até dançaram os nossos ancestrais; ou, quem sabe, o que passava era A Banda, cantando coisas de amor, deixando eu, a moça triste (que vivia calada) a sorrir na sacada – da janela, surpreendentemente alegre, assim como toda a cidade; haviam notícias frescas em um disco, Meu Caro Amigo; o homem que caíra, ou mesmo suicidara-se em uma Construção (e que ''beijou sua mulher como se fosse a única…''), um que adivinhava ou deduzia O Que Será, e outro que falava de sua amada, tão preocupada, puro Cotidiano.
Outro dia minha mãe perguntava se eu conhecia a música da Geni. Disse que ouviu Chico cantando por aí. Conhecia, mas escutava sem atenção, nunca soube do que se tratava, nem de tamanha revolução. Dona Tereza desde então era pega cantando-a pela casa (ela quando cisma com uma música, só Deus sabe como parar).
Alguns dias se passaram e ontem eu ouvi a música da Geni. Não sabia, mas a composição havia sido bastante criticada. De conservadores até liberais. Mas ontem eu ouvi e senti pena. Pena pela coitada, tão singela, mas que também tinha seus caprichos e não era perdoada pela cidade – tão péssima em agradecimentos. Aquela que já foi namorada dos avarentos, dava-se atrás do tanque, no mato. Era quem fazia sonhar os moleques do internato. Ontem eu senti pena de Geni. E também pela moça que se debruçava no corpo do amado, que agarrava os teus cabelos, ''sem carinho, sem coberta, no tapete'', Atrás da Porta. Aquela mesma, que fora abandonada por quem a mandou ser feliz e passar bem. Olhos nos Olhos  ''quero ver como suporta me ver tão feliz''. Aliás, onde estará, ela, a Geni e tantas outras damas que Buarque encarnava, suas mais reais personagens, genuínas e solitárias…
Hoje eu cantei Geni, sem perceber. Mamãe preparava a comida e nem via o fato até que aumentei o volume. Fiz um dueto com o Chico, mas ele não me ouvia e nem se deixava ser interrompido. Cantei Geni no itunes, já que é difícil encontrá-la nas estações de rádio. Minha mãe me pediu que eu cantasse o restante das canções, diz que acha bonita a minha voz, imagina! Coisas de mãe (meu pai é mais sincero quanto a isso. gas-gui-ta e pronto. rs). A próxima começou como um conselho: ''Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas''. Chico só errara na localização geográfica. As mulheres são de Hollanda.

O dia de hoje, significa muito para a música popular brasileira.
Chico Buarque, um grande poeta, completa mais um ano de vida. sessenta e seis anos, e grande parte destes, regidos de muita música e literatura brasileira.
Não ouvi Chico a minha vida toda, mas de uns anos pra cá ele completou meu repertório musical e preencheu pensamentos soltos.
Artista combativo, clamoroso pela liberdade de expressão, ativo em protestos contra a repressão e a favor dos brasileiros - como ele - forçados a viver no exílio. Grande participante de festivais de MPB, sempre enfrentando os ditames ditatoriais em suas músicas. Hoje se alterna entre música e literatura, sempre com desenvoltura e qualidade. Pode não ser tão combativo quanto no passado, mas segue com afiado espírito crítico. É, acima de tudo, um poeta da canção popular.

Parabéns ao Chico! – poeta, cantor, compositor, boêmio e encantador.

E para curtir um pouquinho do muito que ele tem a nos oferecer acessa lá:

sábado, 12 de junho de 2010

Oração da Bailarina



Senhor, Na barra nossa de cada dia permiti que eu consiga lembrar-me da seqüência correta dos exercícios, que eu consiga algum dia esticar o joelho o suficiente, que eu consiga controlar a tremedeira no attitude devant, que eu tenha os braços e saltos tão leves que a platéia pense que dançar é a coisa mais fácil do mundo, que eu mantenha sempre uma postura de rainha com olhares infinitos e pescoço de girafa. Dai-me Senhor uma memória de elefante para saber a coreografia que foi mudada ontem, força hercúlea nos pés para conseguir subir na ponta, pernas de jogador de futebol, improvisação de atriz, eixo de peão para girar e equilíbrio para ficar imóvel em uma perna só para sempre. Que eu tenha ,Senhor, dinheiro para pagar as meias que puxam o fio, as sapatilhas que furam e as roupas de apresentação que somente serão usadas duas vezes. Ajudai-nos com linóleos perfeitos, coxias grandes, e no final de meses de ensaio prestigiai-nos Senhor com pelo menos um público para aplaudir-nos… Amém!


_Primeira apresentação depois da minha volta triunfante - cof, cof -. Será nesse domingo que vem. Merda pra mim!! :)
_Como é dia dos namorados, a homenagem, até então, será para as bailarinas. Porque bailarina, bonita, ahhhhhhh é bailarina né ?!?! (rs). Mas se você não é bailarina meu bem, aproveite enquanto há tempo. Reflita! ;D
Beijos enamorados a todos! 

quinta-feira, 10 de junho de 2010

band-aid


Eu quis muito aquele sapato.
Ele era tão lindo.
Um traidor!
Mas é sempre assim. Eu sempre escolho o sapato que mais devora pés de toda a minha sapateira exatamente no dia em que sei que ficarei andando de lá para cá o tempo todo. A competência de escolher errado é tanta que, numa outra ocasião, cheguei a jogar um scarpin safado na lata do lixo. E ele nem era tão velho. Era só odioso.
Bom, mas o fato que segue relatado abaixo, eu estava com outro par de sapatos divino, mas que nem com toda sua divindade conseguia se redimir do mal que me causava.
É fácil me lembrar com detalhes dos episódios porque todos os momentos ficaram registrados na minha memória e no meu dedinho.
Lembro-me de cada passo: a ida ao banheiro com a amiga, a volta do banheiro, longas caminhadas do carro a entrada da festa e vice-versa quando tentei ir embora, o fato de ter que levantar para comer quaisquer que fosse o prato de tamanha delicadeza.
Suplício.
Já ''acomodada'' na mesa, olhei para os meus pés.
Sapatinho safado...
Eram só nove e quinze. A longa noite só estava começando, e pretendia acabar em algum momento entre uma e duas da manha. Cinco horas, meus amigos. Cinco horas, era o tempo que eu teria de resistir. Maldição. E a amiga, não parava sentada. Oxii!
Tentei de tudo. Pedaços de papel dobrados para proteger a pele onde a situação era mais crítica, algodão que não solucionava quase nada.
Não, eu não tinha um band-aid na minha bolsa. Nunca tenho um band-aid na minha bolsa quando preciso de um band-aid. Mas por meses sem precisar dele, eu tinha tido um. Um cujo envelopinho derretera de tanto esperar, dormindo em minha carteira. Vai acabar feito o outro sapato: na lata do lixo. Mas naquele momento, em que eu seria capaz de trocar uma mecha do meu cabelo por um esparadrapo, não havia nada ao alcance dos meus pobres pés.
Existiam, pois, algumas mulheres com sapatos tão deprimentes quanto o meu.
Sim, elas, sua solicitude e suas bolsas que são mais pra um quite de sobrevivência.
Lá vinha uma delas conversar com a amiga.
Antes que chegasse perto, percebi em seu semblante algo de familiar. Por detrás de toda elegância, vi que ela tinha cara de quem estava com sapato apertado.
_''Oi. Você não teria, por favor, se não for incomodar, sem querer atrapalhar sua diversão, ó, adorável senhora, um band-aidinho para me emprestar?''
_''Band-aaaaaaaaaaaaaid???''
Sim, era um band-aid que eu queria. Não havia pedido uma banana de dinamite, anfetaminas, um tubo de KY ou um pedaço de pizza fria. Queria um band-aid. Um band-aidinho safado, pelo amor das almas.
_''Rarrã, é, sim, é, você não têm um?''
_ ''Não.''
E fim.
Insucesso absoluto.
Vaca.
Duvido que ela não tivesse um band-aid naquela bolsa enorme nada tendencioso àquela festa.
Nunca vislumbrei o paraíso, mas ali, entre as nuvens, para mim, ele era um só.
Um band-aid, pelo amor de Deus.
Antes que eu pudesse mostrar meu pé em sangue para a amiga, apareceu outra mulher. Sorridente, saltitante, quase feliz. E ela nem estava de havaianas.
Resolvi abordá-la quando a outra - a nervosa - não estava olhando.
_''Oi, puxa, você não teria um band-aid para me emprestar?''. Tentei de novo, falando baixo para a outra não ouvir.
_''Ah, um band-aid. Tenho, tenho sim. Tenho um só, na minha bolsa, mas eu já vou pegar para você, tá?''
Lá foi ela, toda faceira, voltando com um band-aid, bem velhinho, que me deu nas mãos.
Olhei descrente para aquele pedaço de papel...
Deveria estar guardado na bolsa da moça para uma emergência qualquer.
Santa mulher. Santa aniversariante que a convidou.
Saí de lá mancando um pouco menos. Saí quase de joelhos, sim, mas só para economizar o band-aid e mostrar gratidão à mulher que havia salvado minha vida. - ARRÃ! -
A noite passou. O pobre do band-aid doado não resolveu muito os meus problemas a longo prazo, é claro. Derreteu-se após duas horas de tentativas dançantes. Mas o ato de bondade acalentou meu coração. Procurei ficar sentada a maior parte do tempo para não piorar.
Quando eram uma e meia da manhã eu já me preparava para cantar o parabéns e ir em direção à minha casa para cair em um belo sono na minha caminha.
Nunca vislumbrei o paraíso, mas ali, entre as nuvens, para mim, ele era um só.
Correr descalça pelos corredores enormes daquele lugar localizado no Grajaú.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

on the other hand

Eu ainda não sei aonde a gente vai.
Se àquele restaurante de comida japonesa que você amava tanto ou àquele bar de mpb de onde saímos de pileque. Sim, foi há milênios atrás.
Só sei que vou estar bem nervosa quando você vier me apanhar.
Vejo você descendo do carro (ou do taxi) para me dar aquele ''oi'' mais acalorado das pessoas que não se veem há muito tempo, especialmente aquelas, que já tiveram alguma (boa) intimidade, mas que ficaram por eras afastados um do outro. Já quase me vejo pensando numa gracinha qualquer para quebrar o gelo daquele primeiro beijinho no rosto e daquele abraço demorado - que eu vou interromper para entrar no carro antes de você perceber que meu coração está feito repique de escola de samba.
Talvez a gente nem saia, fique por aqui mesmo. Nessa troca de olhares perdidos, que por um momento esquecem que não estão no passado, mas tentam se achar em algum lugar que ficou lá atrás. E a nossa imaginação fica longe, tenta concretizar aquilo que os nossos atos ainda não conseguem acompanhar.
Ainda não sei sobre o que vai ser o começo da nossa conversa.
Se sobre a crise econômica mundial ou sobre o novo filme do Jonathan Dayton - aliás,
que filme foi aquele! -.
Mas eu acho que você vai falar mais do que eu. Dessa vez.
Porque você é outro, eu sou outra, o presidente dos Estados Unidos é outro, enfim, a vida mudou muito desde aquela última viagem.
Eu acho que tudo que você me disser vai me interessar. Ainda mais depois de anos sem que eu tenha prestado real atenção em alguém - mesmo que tentasse convencer a mim mesma, o tempo todo, que os assuntos deles me interessavam.
Num dado momento, vai até parecer que você quer se abrir, mas que tem medo, e que prefere esperar mais para entrar nos detalhes mais íntimos da sua vida num tempo em que a ela eu não pertencia mais. Certo você! Eu também vou preferir ficar na minha quando o assunto for o meu último relacionamento ou o fato de eu ter largado muita coisa do que eu fazia e você aplaudia de pé e participava, sendo que você, não mudou nem de carreira, nem de atitude.
Eu vou te achar um cara bem mais centrado, melhor resolvido, senhor de si e, bom, senhor de mim, naturalmente. Só que você não vai saber disso. É que eu vou fingir que não estou me derretendo por você, mesmo que, no fundo o meu sangue esteja correndo sob temperaturas venusianas.
Mas como você é outro, eu sou outra, o presidente dos Estados Unidos é outro, enfim, como a vida mudou muito desde aquele última viagem, eu não vou transparecer essa situação tão pessoal do meu sistema circulatório. E você vai ficar surpreso porque vai me achar tão tranquila e vai pensar que puxa, eu não era assim. Vai se lembrar de que achava até meio charmosinho o fato de que às vezes eu falava tão rápido quanto um locutor de corrida de cavalos,  a forma como eu reclamava quando estava nervosa e você ainda repetia o dito cheio de graça e carinho. Mas ali, não. Porque eu vou falar devagar. Sim, algo me diz que a gente vai acabar indo até aquele restaurante que você adorava. E que eu continuei a frequentar por todos esses anos.
Se vamos falar da comida? Só se você puxar a conversa para testar os meus conhecimentos gastronômicos e para me agradar, é claro. Sim, você vai querer me agradar. Especialmente quando começar a achar que eu estou muito na minha para quem não te via há tanto tempo.
Daí o papo fluirá naturalmente para músicas e filmes. É, pensando bem, vai ser inevitável que falemos sobre filme. Adorávamos esse programa. E sobre música? Isso nem precisa deixar claro.
Você, sem dizer nada, vai se lembrar de como me achava romântica. Vai se lembrar daaquele show que - você nem faz idéia - eu tive medo, de tão feliz que me senti. Você vai se lembrar de que, todas as vezes que nos falávamos por telefone, falávamos juntos, nunca dando o timing certo da espera da fala do outro, e que você achava isso irritantemente engraçado. E aí sim, não vai deixar de lembrar, como estávamos sempre em sintonia.
Mas de repente, enquanto eu estiver articulando as palavras no meio dos goles de água pra tentar esfriar a mente e molhar a boca que já não se aguentava mais de tão seca, e da sua presença quase insólita na minha frente, mil perguntas aporrinharão meu cérebro – mesmo eu percebendo que não é a hora para você revelar os tais detalhes íntimos. E eu vou te achar tão perfeito para mim, de novo, que vou começar a pensar.
Será que um dia você chegará a me conhecer direito? A verdadeira eu? Essa, que dorme com a cachorra na cama e anda com elástico de cabelo feito de meia o dia todo na cabeça?
Será que algum dia eu vou conhecer seus segredos, aqueles desprezíveis e ordinários? Porque não é possível que você não tenha algum, apesar dessa sua cara de banho. Será que algum dia você chegou a saber quem eu fui de verdade enquanto estávamos meio juntos? Será que estivemos mesmo meio juntos? Será que você precisa saber de alguma coisa minha que já não esteja à mostra? Será que adianta fingir que sabia de alguma coisa? Será que eu quero saber de um outro você que não esse aqui?
Para ser sincera, talvez, hoje, você nem caiba mais na minha vida. Porque sim, foi tudo meio lindo, mas meio triste também, não? Meio abortado. Meio sem começo, sem meio, sem fim. Metade de alguma coisa.
E de repente, eu não acredito mais em nada.
Não te retorno mais em nada.
Justamente porque você é outro, eu sou outra, o presidente dos Estados Unidos é outro e a vida, meu caro, mudou muito desde aquela última viagem.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Não precisava.


Eu não pedi a Deus pra que você aparecesse. Também não pedi pra não aparecer.
Mas não precisava ser assim, ser agora, ser no meio de tantas situações.
Finalmente, quando eu podia enxergar nitidamente o mundo, você se coloca entre mim e ele. E de repente não resta mais nada.
De repente, você é a janela. De repente, dúvida vira constatação.
Tão de repente que não precisava.

Você não precisava ser assim simpático. Não precisava ter esse jeito de falar. Não precisava saber meu nome, nem se aproximar tanto, nem existir tanto.Você não precisava estar ali.
Mas você é, fala, se aproxima, existe e me olha de um jeito que, talvez eu realmente esteja viajando, mas é você quem paga as passagens.
Tão intenso que não precisava. Tão suficiente que não precisava.

E eu me sinto a idiota de sempre. Eu faço dos meus sonhos, meus maiores pecados. Eu vi algo de mim em você e mesmo sabendo que não posso, não devo, não ousaria e NÃO PRECISAVA, mergulho. E nado em você por todo o tempo.
Porque o tempo, apesar de precisar, já não existe.

De repente me instiga, me sufoca, me chama. De repente, deixa o mundo existir outra vez.
De repente você está lá, nadando num mar igualzinho ao meu. Vivendo uma história que não esperava e existindo em mais lugares do que supõe.

É... não precisava.
Mas já preciso.

_ Dia dos namorados chegando. Sempre bom deixar o amor no ar. Voltarei com mais. Beijos doces de amor para todos!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Paquetá

'' ... É que eu já sei de cor qual o quê dos quais
e poréns dos afins, pense bem ou não pense assim!
(...)
Que desfeita, intriga, Uó! Um capricho essa rixa, e mal
do imbróglio que quiproquó e disso, bem, fez-se esse nó.
E desse engodo eu vi luzir de longe teu farol
minha ilha perdida é aí, o meu pôr-do-sol.''

terça-feira, 25 de maio de 2010

25.maio, dia do sapateado !

Ontem, dia 24, foi minha primeira aula de sapateado depois da minha decisão em voltar. E vocês não pensem que foi fácil, não só no quesito ''enferrujadíssima'', mas também pelo fato de tudo querer conspirar contra. Cadê que eu achava meu sapato? Nunca, em 12 anos de sapateado, foi tão dífìcil encontrá-lo. Ele sempre gostou de se esconder, escolher o lugar onde vai ficar. Mas ontem ele resolveu de-sa-pa-re-cer! Fora o fato de começar o dia com um ''veja com seu pai sobre sua volta lá''. Ahh, já tinha quaaase desistido, quando meu pai foi super simplório em sua decisão. Porém depois veio o episódio do sumiço do danadinho do meu sapato. Mas fui, firme e forte, enfrentei tudo e recomecei.

Agora, atentando ao fato de eu estar SUPER enferrujada. Tive menos dificuldade do que eu imaginava, mas nossa, perdi totalmente o ritmo da Vaninha e das meninas. Sem contar que as meninas em que eu mostrava os passos, me ajudaram desta vez nas minhas dificuldades. Fiquei passada, maaas sabia que um dia isso ia acontecer. Elas me ultrapassaram né, e estão melhores do que nunca. Que pull backs são aqueles! Preciso praticar e não parar mais.

Bem, Neste ano será comemorado o 1º ''Dia municipal do Sapateado''. O dia comemorativo surgiu a partir de uma lei, aprovada ano passado, que intitulou 25 de maio no calendário comemorativo da cidade, por ser a data de nascimento de Bill Bojangles Robinson (um dos grandes sapateadores americanos). O sapateado americano surgiu nos Estados Unidos, do encontro dos irlandeses com os negros africanos. É uma dança sonora, onde os sons são produzidos pelos pés, utilizando o sapato como instrumento.  
''Com as chapinhas nos pés, você pode tocar todo tipo de música. Só é preciso criatividade e treino para explorar todas as possibilidades do sapato – sons, timbres e combinações''. 

Parabéns, à nós, sapateadores!!!



Rafaella Telles

segunda-feira, 24 de maio de 2010

o outro lado


E corre, e cai, e tropeça mais um milhão de vezes. Quando vê, já foi mais de um mês. Mais de trinta dias vivendo, correndo, se orgulhando ou lembrando de fatos com aperto no peito. Quem sabe já não passou muito mais que isso?
Hoje eu vim pra cá olhando o outro lado. Vim olhando a estrada!
Meu olhar não se perdeu, meu sorriso foi de ânimo e minha força buscou mãos quentes e não areia de praia. 

''antes tarde, do que mais tarde ainda'' ...

por hoje é só! ;)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

ama-me baixinho


Quando a gente ama, tem sempre uma parte daquela pessoa que só a gente conhece. O jeito de ajeitar o cabelo com desinteresse, a palavra dita que sempre vem junto de um sorriso, ou até a maneira de olhar quando quer alguma coisa que, todavia, não pede. No fundo a gente sabe que, a despeito de qualquer defesa que a gente construa, colocamos ali, exatamente na leveza dos olhos daquela pessoa, todas as nossas esperanças, angustias e emoções.
Quando se ama, de verdade e com os quatro compartimentos do coração, aquela pessoa se torna uma equação que você vai resolvendo todos os dias, em silêncio. Aos poucos você percebe que a soma de um sorriso com um olhar que foge, é igual a timidez. Que multiplicar aleatoriamente os gestos e as palavras equivalem a "não consigo dizer em voz alta que te amo". E até que dividir com você o mesmo sono, apertado numa cama de solteiro, significa que ele precisa de alguém que o ajude a viver nesse mundo de loucos.
Existe algo de muito belo, ainda que assustador, em amar alguém. É como preencher as horas do seu dia com a mais intrigante de todas a coisas intrigantes. A idéia de compartilhar e ser compartilhado traduz a nossa necessidade de fazer parte dessa engranagem que movimenta o mundo ou, em melhores termos, de saber que, de alguma forma, não passamos em branco pela vida.
O amor é uma forma única que quando se divide, cria dois inteiros no lugar de duas metades. Quando se ama, dentro de você nasce e cresce a convicção de que, afinal, ainda existe sim uma esperança de que as coisas sejam mais e melhores.
 Mas, ainda que amar seja tudo isso que disse, ainda assim é uma dor. Dor que desperta diante da súbita constatação de que o amor que recebemos foi insuficiente para repor aquele que entregamos. Mas ainda que doa, mesmo assim, não saberia viver sem amar. Quem não ama nunca saberá o motivo de sua própria existência, jamais experimentará a segurança morna de um abraço e nem, tampouco, o enlaçe inviolável que é criado toda vez que um amor nasce entre duas pessoas.
Eu amo.
E espero que um dia possamos dizer que, apesar dos pesares, amamos com a total ausência dessa dor "que desatina sem doer". E como diria meu amigo Mário Quintana: ''a vida é breve, e o amor, mais breve ainda.''

Retweet


''BOM DIA vc q acordou de mau humor! Hj é sexta-feira, se isso ñ é motivo pra sorrir é pq sua vida tá msm mto ruim! Repense!'' (HugoGloss)


Hoje ao acordar, li essa frase de um retweet de uma amiga. Já me senti assim, então ri litros. Sorriso frouxo e fácil ultimamente (apesar de alguns pesares rs). Final de semana está aí, e seja lá o que você for fazer ou com quem você estará, arranque algum proveito disso. Não que a vida seja um mar de rosas. Não, e não é! Mas ficar pelos cantos reclamando de tudo também não dá. É bastante óbviu que quando você pensa positivo a ponto de virar uma boba alegre, tudo fica bom. E isso não acontece por causa da ''lei divina do pensamento positivo'', e sim porque quando você está de bom humor, até o que é ruim deixa de ser tão ruim assim. Cocô de passarinho no carro? Pois veja como a natureza é bela!

Um pouco de risada faz bem pra pele, geeente!
;)

sereníssima

'' (...) Acho que entendo o que você quis me dizer
Mas existem outras coisas

Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade,
Tudo está perdido mas existem possibilidades,
Tínhamos a idéia mas você mudou os planos
Tínhamos um plano, você mudou de idéia

Já passou, já passou - quem sabe outro dia.

Antes eu sonhava, agora já não durmo
Quando foi que competimos pela primeira vez?
O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe
Não entendo terrorismo, falávamos de amizade.

Não estou mais interessado no que sinto
Não acredito em nada além do que duvido
Você espera respostas que eu não tenho
Mas não vou brigar por causa disso

Até penso duas vezes se você quiser ficar. (...) ''

Renato Russo - Legião Urbana

* Essa música é demais. Ouçam!! 

quinta-feira, 20 de maio de 2010

do mocinho ao bandido

Nós, mulheres nos deliciamos em viver um romance no qual sejamos as verdadeiras protagonistas, que tenhamos que batalhar por eles e não o contrário. Adoramos não saber direito o que estamos fazendo. Chamam isso de ressaca. Depois de tantos e tantos anos inebriadas no perfume exageradamente doce do romance, sempre estivemos à espera na janela e nunca desbravando horizontes em busca de um amor. Fato é: o interessante é o homem ser apenas um pedaço do que queremos... porque, cá entre nós, o príncipe montado no cavalo é mais um hábito do que qualquer outra coisa.

Hoje somos muito mais exigentes. Procuramos um homem com qualidades que encontraríamos num Dom Juan e num Clark Kent com óculos de grau... tudo junto. Ele é quase o vilão das historinhas, mas ao contrário daqueles, é apaixonado pela mocinha. Um clássico western invertido. Homem bonzinho que respeita demais, que ama demais, que declara demais, é chato demais. O que avassala o nosso coraçãozinho é o olhar 43 no qual nos sentimos desejadas e aquele sorriso de canto de boca que nasceu com o dom de ser cafajeste. 'Ele não pode ser bonzinho demais. No começo ele tem que saber o que está fazendo mesmo. Depois, um "q" de preocupação: mensagenzinhas de madrugada, convites para sair no final de semana... Nada de romantismo demais.' - Dizem.

E sabe de uma coisa?

Concordo! Tá na hora de quebrar tabus e edificar desejos. Nossos pais lutaram pela liberdade de ser o que se quer ser. Cabe a nós, mulheres, tomar o partido e usufruir dessa liberdade. A pessoa com quem você vai passar o resto da vida pode estar em qualquer lugar, no mocinho, no bandido, ou nos dois!

Já disse Marta Medeiros: "O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa."

Falou e disse ?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Calce esta ideia!

Hoje tomei uma atitude muito importante na minha vida. Não sei como tudo começou, mas sei que estava a caminho do salão. Resolvi que voltarei pra minha amada dança. Isso mesmo! Nada me impedirá dessa vez. Não vou ficar mais por ai me lamuriando por não saber se quero Sapateado ou Odonto. Quero os dois, e ai de quem me contrariar!
A minha vida inteira foi assim, desde pequena amava dentes, ficava horas perguntando a minha dentista, sempre tão paciente comigo, sobre o que era o que dentro daquele consultório. Era um parque de diversões. Nunca fui emburrada. A não ser que fosse para fazer flúor (aaaaaaaaargh, detesto isso até hoje - meus pacientes que me desculpem).
E desde que me entendo por gente, ou desde a barriga dançante de minha mãe (te amo), eu vivo e respiro uma sala de balé. Fiz de tudo que você pode pensar rápido neste momento. Balé, jazz, sapateado, street dance, moderno, conteporâneo, dança de salão. E dentro desses, ''n'' outras modalidades. Minha mãe era bailarina, professora formada. Tinha outro rumo a seguir? Nunca fui obrigada, ia com o maior gosto do mundo e sempre fui inchirida. Não é a toa que com 12 anos fazia parte do grupo de sapateado dos Adultos da Dallal Aschcar. E os professores sempre me deram a maior força. Nesse quesito sempre fui muito precoce. Queria o mundo do sapateado ao meu redor.
Algumas vezes entrei na contramão da arte. Fiz curso de passarela, fotografia, etiqueta, maquiagem. Mas sempre acabava naquele metro quadrado cheio de espelhos na parede, e barras vermelhas para combinar com o slogan da academia.
Por alguns acasos, não muito bem vindos ao momento, meu endereço da dança mudou. Começa então o universo da Studio Talento e Arte. Novos projetos, muitas mudanças. Mas foram anos maravilhosos. Como aprendi com aquelas pessoas maravilhosas. Tudo começou em 2004, mas pra mim tinha acabado em 2007. Tinha! Repito.
Agora, sem muito porque, fui levada a ter vontade de voltar. Sempre há tempo! Esse é meu tempo, minha hora. Nada naquele momento me impediu de enfrentar minha realidade. Pessoas não conseguiam me ligar e desviar meu caminho, minha mãe não argumentou quanto a nada, consegui falar com meu antigo partner e ele me deu a maior força para voltar. Tudo foi como o não esperado. Normalmente alguém me ligaria, ou eu receberia alguma mensagem que desviaria meu rumo. Porém o destino, mais uma vez, me ajudou e eu consegui infrentar meus medos quanto a essa volta.
Muitas pessoas me motivaram a isso esse mês que passou. Não irei citá-las, mas aqui vai meu muito obrigada! Sem a palavra e incentivo de vocês (e cada um que lê, sabe a quem agradeço) nada disso estaria acontecendo.
E foi assim que Rafaella, voltou a sapatear!
DO YOU TAP? I PLAY!

meus pés
Rafaella Telles

Myself

Desde pequena, eu sempre vaguei por vários universos bem diferentes. Na escola, era amiga dos inteligentões, dos excluídos, dos pobres, dos ricos, do fundão, dos professores e das faxineiras, das santinhas, das nem tão santinhas assim. Fora isso, tinha a minha famíla, e, com o passar do tempo, todas as turmas que foram cruzando o meu caminho, como a do bairro, a do ballet, a do inglês, as virtuais, as agregadas, as certas e as tortas, as velhas e as novas.
E em cada um desses universos eu criava uma nova Rafaella, que se encaixasse. Essa sempre foi a melhor parte, em cada novo universo, você pode assumir um novo você, com elementos do que tá à sua volta e elementos teus. Mas sem deixar o verdadeiro eu ir embora.
Isso é MÁGICO.
É nessa que você se constrói, é de cada pedaço que você pega pelo caminho e vai colocando dentro de você que você é feito.
Mas uma vez me disseram que “mudar” de acordo com o ambiente e as pessoas que me cercam é errado e mostra que você não sabe quem é, ou que tá mentindo pra um dos lados.
Só que se você sair só andando na água, você se afoga. E se sair nadando na terra vão te dar choque no cérebro. Não dá pra virar um saco de atitudes predefinidas, isso não é viver, isso é encenar a própria existência.
Vou te falar o que é errado: atacar uma pessoa por ser várias ou não amar todas as pessoas que essa pessoa possa ser. Porque o sorriso dela é o mesmo em todo lugar, o olhar também, o cheiro também. E o que ela sente por você, também! Isso também vale pro que ela NÃO sentir.
Quando o outro é 10 e a gente é 10, a gente acaba sendo 20. Na minha cabeça, não faz sentido querer diminuir o resultado dessa soma.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Perdas e ganhos

Vigiada por tudo e todos, mas uma mulher completamente resolvida. Deu cara a tapa ao enfrentar situações que poucas engoliriam e sim cortariam o mal pela raiz. Mas fez o avesso, tumultuou tudo tentando viver suas ideias planejadas antes de dormir.
Com isso, se perguntava constantemente sobre a prepotência de algumas pessoas, e mais que isso, o sentimento gerado ali.
Depois de muito tempo, já com os papéis invertidos, sentimentos jogados no lixo, revoltas vencidas e mais uma vez resolvida, foi embaraçada pelo motivo de todo problema existente. Mas ao contrário do nomal, não pensa em pagar o bem com o bem, muito menos o mal com o mal. Mesmo que recebendo incentivos para tal de todos os lados.
A guerra é uma característica da sociedade em que vivemos. Mas é interessante perceber que, incorporada a esse mecanismo, existe uma guerra dos sexos. Os homens fazem guerra uns com os outros fazendo uso da força física, da pouca racionalidade e guerreiam sempre buscando alguma recompensa ou prêmio. As mulheres, noutra vertente absolutamente oposta, se debruçam sobre uma forma de fazer guerra que, bom, é absolutamente diferente (tinha que ser...).
Mas como já foi dito, essa mulher que vive dentro de tantas emoções e crônicas pseudo-fictícias, não tem como seu forte guerrear. Mas sem sombra de dúvidas, assiste de camarote a todo ''jogo''.
Um jogo. Expectativa e realidade são como um jogo vicioso onde quem ganha é sempre o azar. Azar de quem espera sempre o máximo das pessoas e não reconhece sorte do mínimo gesto de retorno. De quem não sabe equilibrar perdas e ganhos. Azar de quem nasceu carente assim.

E antes que ela deixe tudo de lado achando que ''algumas pessoas simplesmente não importam'', esquece a saudade, finge independência e garante que intensidade continua sendo o melhor (e o pior) nela.


Rafaella Telles

You can make a difference ...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sobre.viver o vício

Oi.
Meu nome é Pedro e eu sou viciado em dopamina.
Essas coisas acontecem com a gente e nunca se sabe quando elas começaram realmente. Às vezes é você tentando escapar despretensioso de alguma coisa, tentando dar sentido ao que não pode ser explicado ou impelido pelo motivo razoável de querer alcançar um alívio, chegar a um porto seguro. No início até que é bom, mesmo quando é ruim. Tem coisas que são assim né? Boas, na alegria e na tristeza. Mas aí depois de um tempo (e com a idade) você começa a sentir nas rugas e na lista sem 'ok' de ano novo, os danos que aquilo está provocando na sua vida. Alguns, permanentes.
Você começa a se afastar das pessoas que te rodeiam porque, naturalmente, você não vibra mais igual a elas. Sabe imã quando não se junta? Então. Na realidade elas, as pessoas, é que se afastam de você porque não se interessam mais pelo que você é, apesar de gostarem de você. E aí você fica meio consternado mas o que se há de fazer né? Tudo muda. E é bom mudar.
Todo bom viciado não anda sem sua droga. Jamais. Ela está sempre junto de você por todos os dias de sua vida como fiel escudeira. Você só tem paz se tiver ela, mesmo que seja só por ter ela ali paradinha, sem fazer nada. A gente não usa sempre, até porque é difícil de conseguir. Então são uns momentos raros de paraíso deslocado na sua vida. Quem já provou, prova sempre. Tem uns que conseguem largar, mas ressecam. Ficam inertes sobre duas pernas andarilhas... até que experimente de novo. E tem uns que morrem, literalmente definham. Casos raros.
A primeira vez que eu usei dopamina foi há dois anos atrás. Aqueles verões que a gente não esquece, sabe como é? Que você guarda numa caixa surrada no fundo da gaveta e que ninguém mexe porque acha que nada de importante é guardado ali? Mas só a gente sabe o que significa. E a primeira vez é a primeira vez. Você nunca experimentou nada igual e julga, leviano, que nunca irá experimentar algo melhor. Se joga com dois pés e duas mãos no mundo novo que se descortina na sua frente. Porque a droga não vem sozinha. É um caminhão de mudança. De lá de dentro desce centenas de lugares que você nunca foi, gente que você nunca imaginou conhecer, sentimentos dos mais inéditos possíveis e o centro do mundo se desoloca, suave, para debaixo dos seus pés. Seu novo lema é viver o que há pra viver. A droga, no encalço. Sem ela não tem festa. Sem ela não tem nada na sua vida.
Quando o tempo passa, você começa a obedecer a ela e não o contrário. Nessas horas você realiza pro fato de que há efeitos colaterais. Vez ou outra o coração acelera e vem aquela sensação de que o sangue tá correndo no sentido contrário dentro de suas veias. As vezes você se pega viajando, noutro lugar, bestificado. Você perde a concentração, não sente vontade de fazer as coisas que costumava fazer... é um desastre pscicológico. Tudo é demais. Vento é furação, chuva é tempestade, poesia é regra e um sorriso consegue ser música.
E ai quando se chega neste estágio, duas coisas podem acontecer: você continua se drogando porque continua a ser alimentado, ou então é obrigado a parar. E, anote aí, parar com a dopamina é uma das coisas mais dolorosas que existem. Aquela dor que dói e nao se sente sabe? De dentro pra fora?
Quando você para com a droga, é como se alguém tivesse feito um buraco em você que não se sabe onde e tudo está vazando. Uma hora você esvazia. Fica vazio mesmo, meio zonzo, sem entender o que está acontecendo, o que é a vida, como se vive. Fato é que a dopamina que correu no seu sangue durante tantos dias te inebriou de tal forma que você não se lembra mais como é viver sem ela. Como é dormir com si próprio? É estranho, meio que faltando alguma coisa. Como é começar o dia sem a perspectiva de que vai sentir todas aquelas emoções e coisas boas? Nada?
"Oi, meu nome é Desespero e eu estou aqui pra ser seu amigo"
Pior é que nesse caminho que eu não sei se posso chamar de recuperação, você nunca está sóbrio realmente. Fica catando restos de doses esquecidas em algum lugar. Tentando sentir de novo aquela sensação. Mas tudo é muito débil. Isso, no entanto e para a felicidade geral, passa. Mas pra passar... depende de muita coisa.
Sou viciado em dopamina e não a uso faz dois anos. É difícil demais. Vou tentar ficar sóbrio pelos próximos, mas não prometo nada. É uma escolha difícil, mas que uma hora ou outra você teria que fazer. A gente chega tão fundo as vezes, que voltar pra superfície leva tanto tempo quanto o impossível leva pra ser alcançado. Na jornada de recuperar-se, aceite ajuda se alguém te oferece. Converse com pessoas diferentes, porque tudo o que você não precisa é de gente que você já conhece. Não pegue o mesmo insuportável caminho de sempre, permita-se à liberdade. Não espere, nunca. Se tem uma coisa que eu aprendi é que esperar por alguma coisa é o mesmo que impedir que ela apareça. É como água que demora duas horas pra ferver se a gente ficar olhando. Por hora, evite lugares e situações que te remetem à droga, pelo menos por enquanto. Uma hora você vai ter que enfrentar essas coisas e, torcemos, irá superá-las. E se superou, está pronto para usar dopamina novamente. Mas dessa vez cuide mais de você mesmo e não se vicie nessa coisa. Você sabe que tudo demais é veneno. Dito isto, não há mal nenhum em ser usuário da dopamina. Por favor, concorde.
Até porque ninguém vive sem amor, vive?

"Dopamina é um neurotransmissor, precursor natural da adrenalina e da noradrenalina. Tem como função a atividade estimulante do sistema nervoso central. É um composto químico comum no corpo humano. A presença de elevados níveis de dopamina parece ser uma característica dos apaixonados. O papel da dopamina é importante no mecanismo de desejo e recompensa e seus efeitos no cérebro são análogos aos da cocaína. É uma verdadeira droga de amor"

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Amigas

''Algumas vezes na vida, você encontra uma amiga especial. Alguém que muda sua vida simplesmente por estar nela. Alguém que te faz rir até você não poder mais parar. Alguém que faz você acreditar que realmente tem algo bom no mundo. Alguém que te convence que lá tem uma porta destrancada só esperando você abri-la. Isso é uma amizade pra sempre. Quando você está pra baixo e o mundo parece escuro e vazio, sua amiga pra sempre te põe pra cima e faz com que o mundo escuro e vazio fique bem claro. Sua amiga pra sempre te ajuda nas horas difíceis, tristes e confusas. Se você se virar e começar a caminhar, sua amiga pra sempre te segue. Se você perder seu caminho, ela te guia e te põe no caminho certo. Sua amiga pra sempre segura sua mão e diz que vai ficar tudo bem. Sua amiga é pra sempre, e pra sempre não tem fim.''

Marilyn Monroe


* Tenho postado muito esses dias. Mais do que normalmente postava em um ano. Antes escrevia e guardava pra mim, poucos textos eram publicados. Mas agora não, bons textos tenho escrito e outros lido. Esse foi um que me chamou bastante a atenção. De fato expressa o relacionamento entre mim e minhas amigas.
Uma delas, além de ter relação de salada comigo hahaha, me ensinou (forçadamente) a admirar Marilyn Monroe. Uma amizade de boas trocas a nossa. Graças à mim ela tem um gosto musical mais refinado e conhece outros lugares além de sua bela moradia. E graças à ela tenho uma alimentação mais saudável e sou menos seca, fria, chata (não! chata eu continuo sendo.. rs).
Não só ela. Tenho grandes amigas, e tenho percebido isso cada vez mais ultimamente. Conto nos dedos, mas são indispensáveis nos meus dias.
Outra, me acolhe com todo amor do mundo em qualquer situação do meu dia. Sendo feliz ou triste o que tenho a compartilhar. Lá está ela! Quase uma irmã. Quase não. A irmã que não tive.
Obrigada, amigas.

A última palavra

Destino!
Essa palavra tem cruzado muito com meus olhos nos últimos dias. Nunca fui de apostar apenas nele. Não gosto da ideia de me limitar ao que algum acaso, momento ou ocasião podem me reservar, mas bem que andam calando muito minha boca. O pior de tudo é que eu não sou aquela pessoa que vive a sua vida e num belo fim de tarde pensa em amar alguma coisa. Ah não, não. Pra mim é viver o amor e aí depois lembrar que tenho que acordar cedo no dia seguinte. Mas não tem sido bem assim.

Todo mundo vive em função de alguma coisa na vida. Todo mundo tem um f de x. Tem gente que quando vai dormir faz uma lista das coisas que tem que fazer no dia seguinte. Gente que repassa o que estudou pra não esquecer. Pessoas que planejam o futuro que talvez nunca venham a ter ou, com sorte, terão. Há quem reze e lamente-se das mazelas do mundo e de si. Ou que apenas desabe em sono profundo, e sinto inveja.

Sem CALCULAR nem planejar muito, a vida acontece. E como acontece! Quando menos esperamos, e passa ou não. E repito, o destino tem me pregado peças. E às vezes o gosto amargo do que ficou, deixa claro que não passou. Like a "eu sei é um doce te amar, o amargo é querer-te pra mim" (os hermanos sempre marcando alguma situação da minha vida).

Com os anos, a gente acaba descobrindo que o que precisamos nem sempre é o que buscamos. E mais uma vez no nosso desejo de fazer da própria vida um filme recorde de bilheteria, passamos a desejar que aconteça conosco uma revolução, uma reviravolta típica das comédias românticas, que nos arranque da mesmisse ou das dificuldades. Desejamos, ainda que timidamente, encontrar alguém made for us ao dobrar a esquina, esbarrando sem querer. Ser percebido por alguém na hora em que paramos pra pensar, distraídos, numa quarta-feira qualquer.

O tempo ou qualquer combinação de circunstâncias e acontecimentos que influem de um modo inelutável (como dita o dicionário), mesmo que eu não queira, mechem e remechem comigo. Já dizia meu colega Mário Quintana:''o tempo é só o ponto de vista do relógio''. E disse bem, visto que dependendo do que a gente faz, o tempo estica ou corre alucinadamente.

Eu não lembro bem o que me fez escrever tudo isso, ou qual foi a última coisa que disse antes do ansejo da despedida, mas sei bem que a decisão não foi só minha, muito menos fui a última a falar. O incontestável é que todo mundo tem a última palavra na sua própria vida. Dita, cantada, proclamada, sentida, expressada por meio de gestos, desenhos ou doutrinas do Paulo Coelho. O seu trajeto e o que fica é você quem diz.

E tenho dito!
Rafaella telles

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O buchicho

Postado por Bruno Medina em 13 de maio de 2010 às 11:27 no instante posterior.


A pergunta que mais tenho ouvido desde ontem, na padaria, no twitter, aqui no blog e em todo lugar é “Bruno, verdade que o Los Hermanos vai voltar?”. Pois, a questão que pode soar um tanto deslocada para quem não tomou ainda conhecimento do buchicho que ecoa por aí, e que permanecia adormecida desde os shows de março do ano passado, voltou. Muito por conta de uma entrevista recentemente concedida à Revista Trip pelo Marcelo, em que ele menciona duas apresentações da banda agendadas para o próximo semestre. Bom, antes de tentar elucidar a questão, permitam-me cometer aqui o impropério da autoreferência, a partir de um trecho extraído de meu primeiro post nesse blog, há exatos 3 anos:

“A banda não acabou. Embora pareça claro, também não posso deixar de perceber como assusta outra palavra que usamos na nota divulgada em nosso site: “indeterminado”. Não é infinito, é indeterminado.”

Só me cabe, então, achar graça das tantas vezes que nos “mataram” durante esse tempo, talvez pela incapacidade de distinguir o significado da frase acima. Posto isso, não sei como responder à pergunta que me fazem sem parar; porque “voltar” não é o que melhor descreve o que está para acontecer, muito embora, sob determinado ponto de vista, também não deixe de estar certo.

O que posso lhes dizer é que recebemos, sim, propostas para shows em duas cidades pelas quais temos enorme apreço, Recife e Salvador. Ao que me consta não está nada acertado ainda, mas o desejo da banda é, definitivamente, que se concretizem. Solicitamos apenas que as apresentações ocorressem em espaços menores do que de costume, em teatros quem sabe, porque consideramos esses nossos lugares preferidos para tocar, por serem mais adequados no que se refere à acústica. E pronto, isso é tudo que sei até o momento.

Assim que houver novidades, terei prazer em atualizá-los.


* MEU DEUS! Se for assim, não perderei por nada!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

'pl


A vocês, eu deixo o sono.
O sonho, não!
Este eu mesmo carrego!
pl

terça-feira, 11 de maio de 2010

Negrito

' Trocam emails com uma educação forçada. Deixam tudo engatado e fingem que estão bem, tocando suas vidas com novos planos e projetos. Como se fizesse muito tempo desde a última vez que se falaram. Como se, de fato, tivessem vivido algo.
Ela não quer ser simpática e nem amiga. Quer perder horas contestando e pedindo porquês para uma lista de coisas. Quer gritar, dizer que tudo foi culpa dele. Que ele, a razão dela ter parado de fumar, foi também a razão pra ter voltado. Que aquela simpatia toda era uma fraude. Que, óbvio, que ela queria que ele largasse tudo e ficasse com ela, como nos filmes.
Não quer, mas tem raiva. Uma raiva imatura. Quer amassá-lo e jogar fora na lixeira mais próxima, como um rascunho que nada serviu. Mas, ela ainda insiste em não ver ele ainda intocável na mesa dela, como uma folha nova, pronta pra ser escrita a qualquer momento.
O nome dele em negrito está lá novamente no email dela. Ela se angustia, mas já sabe que deve ser feito dessa vez. '


crônica à uma amiga.

domingo, 9 de maio de 2010

Mãe


Ser Mãe
Coelho Neto

Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
o coração! Ser mãe é ter no alheio
lábio que suga, o pedestal do seio,
onde a vida, onde o amor, cantando, vibra.

Ser mãe é ser um anjo que se libra
sobre um berço dormindo! É ser anseio,
é ser temeridade, é ser receio,
é ser força que os males equilibra!

Todo o bem que a mãe goza é bem do filho,
espelho em que se mira afortunada,
Luz que lhe põe nos olhos novo brilho!

Ser mãe é andar chorando num sorriso!
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser mãe é padecer num paraíso!


* E foi assim que começou meu dia (ou melhor, o dela) recebendo da minha amada UFF um e-mail com esse poema de Coelho Neto. Sem dúvidas nenhuma, minha mãe se debulhou em lágrimas, e olha que desta vez não fui eu a autora de tais parágráfos. Mães são criaturas absurdas. Conseguem ser pessoas extremamente simples, e ao mesmo tempo carregam o poder do mundo nas mãos. Eu amo demais a minha dona Tereza. Minha força, minha inspiração, meu caminho de volta e meu exemplo de carinho.


' Quando eu ainda nem havia nascido, me lembro de te ver deitar na cama com a mão na barriga, tão cheia de dúvidas sobre meu sexo, tão ansiosa pra me conhecer... e de cima de uma nuvem espumosa, por onde te espiava em seus mínimos detalhes repletos de amor, decidi que te faria saber sobre mim e calaria as dúvidas do seu coração.

Logo depois que você pegou no sono, entrei no quarto na ponta do meus pés pequenos e, com algum esforço e sem fazer barulho algum, subi na cama e te alcancei. Por alguns segundos te olhei de perto. Você conseguia ser ainda mais bonita do que vista de lá do céu. Tinha um rosto de boneca e mãos de anjo. Haviam mesmo me contado sobre o dom que as mães têm de se tornarem luz aqui na Terra. Mas eu só acreditei nisso depois que ao seu lado, senti paz. E percebi que ainda estava por conhecer o que significava realmente o amor atemporal, incondicional. Em seguida, te dei um beijinho doce no rosto, ao que pra meu espanto, você acordou. E no ímpeto de me ter logo ao seu lado, me agarrou com seus (a)braços sempre tão fortes. Senti medo! Não era chegada a minha hora. Me contorci, me debati, escorreguei, te avisei que o tempo passaria depressa e lhe pedi calma. Saí correndo do quarto e de um salto, voltei pra minha nuvem e pra minha incansável rotina de dia e noite te espreitar.

Você acordou, piscou uma ou duas vezes pra tentar clarear toda aquela confusão. Em seguida, acariciou a barriga, como fizera naquelas outras 134 vezes durante o dia. E pensou como Deus havia sido bom por te mandar um sonho tão esclarecedor. Você perguntou se eu era menino ou menina e ficou assim sabendo, ao reconhecer a minha boca macia de coração. Sabia que eu seria a sua menina, só sua menina.

O que você não sabia, é que aquelas coisas todas não foram sonho, tão pouco coincidência. A verdade é que eu te escolhi muito antes de você me conhecer, mãe! E mais do que querer te acalentar a alma te contando quem eu era, queria mesmo era descer um pouquinho antes do tempo pra te sentir bem perto e perceber que sim, você era real!

Eu mal podia imaginar que as nuvens não me fariam falta alguma. Vez ou outra, veja só, encontro um pedaço enorme do céu dentro de você! '

Embala meus sonhos, mãe. Eles ainda se espelham em você.

FELIZ DIA DAS MÃES, MÃE ! eu te amo muito.

sábado, 8 de maio de 2010

Sorte


Eu sou sortuda.
Depois de tentar me descrever por diversas (e inúteis) vezes, pude chegar a esta simples conclusão. Sortuda.
Claro, milhões de mulheres, assim como eu, também são sensíveis. Também vivem com a cabeça na lua, esquecem as chaves de casa, são caseiras, friorentas, chegadas num drama e apreciam as espontaneidades. Difícil é serem sortudas.
Então porque eu gastaria linhas descrevendo características tão comuns quando tenho um verdadeiro pé de coelho nas mãos?

Pois a sorte conhece meu endereço e bate à minha porta. Está aqui, presente do bingo ao trevo de quatro folhas.
E eu sei, eu sei que você dirá que sorte não existe, que o que existe são conquistas. Então chame de acaso, coincidência, fé, o que for.
Independente do nome, aqui tem de sobra.

E antes que você pergunte onde está meu bilhete premiado na Mega Sena, onde foi parar o carro que ganhei no último sorteio ou quanto dinheiro andei achando na rua, é bom avisar:

Sorte pra mim é ver o carrinho de picolé chegando. É compartilhar gargalhada na segunda. Acordar com vontade de fazer bolo e ver que tenho os ingredientes. É ganhar beijo roubado. É ir à locadora e conseguir “O mágico de Oz” por dez reais. É ter um pai que brilha por mim. E uma mãe que parece ter trabalhado no céu.
De onde eu venho, sorte é conseguir me formar na profissão que eu queria, e já empregada. É ver que a margarida que você me deu e eu plantei no jardim, pegou. Que as fotos de ontem ficaram bonitas. E que o amanhã será muito, muito mais do que eu pedi a Deus.
Sorte pra mim é sol no sábado. É pijama até às 3. É reunir os melhores amigos com chapeuzinho de aniversário. É saber que amanhã é sexta. E que os problemas já podem ser substituídos.
Sorte é saber que eu sou forte, capaz e saudável. E saber que eu não sou um monte de coisas. Mas que posso ser.
É ter pra quem ligar quando eu quero rir. E ter alguém pra chamar quando eu quero colo.
É ter certezas. De que vai dar tempo. De que vai dar saudade. E de que eu sou determinada a ponto de quebrar a cara (e de não desistir com isso). É, acima de tudo, saber perceber que eu tenho sorte.

Sorte é ter um passado doce e o açucareiro nas mãos.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

...


escrevi TODO um texto e não salvei. eeu heim !
ainda consigo escrever um melhor que aquele.
vai ver não era pra ser postado.
mas continuo triste de ter sumido com ele..
ahhhhhhh !

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dois barcos


Quem bater primeiro a dobra do mar
Dá de lá bandeira qualquer
Aponta pra fé e rema

É, pode ser que a maré não vire
Pode ser do vento vir contra o cais
E se já não sinto teus sinais
Pode ser da vida acostumar

Será, morena?
Sobre estar só, eu sei
Nos mares por onde andei
Devagar
Dedicou-se mais
O acaso a se esconder
E agora o amanhã, cadê?

Doce o mar, perdeu no meu cantar


Marcelo Camelo

* Descobri que gostava mesmo dessa música no último show dos hermanos na fundição, que infelizmente não foi cantada, mas era a tão esperada música de abertura. VOLTA LOS !

terça-feira, 27 de abril de 2010

Guerra fria


A história começa de ponta cabeça, e com um final não tão feliz assim. Fui perguntar a Deus o que fazer. Nunca soube de onde essa voz vinha, mas ela sempre me dizia pra pensar um pouco em mim. Que só assim as coisas iriam se sair bem e que o conforto do meu coração aconteceria independendte da situação. Mas o coração aqui pulsa. Muito! E vivia em mim de tal maneira, que não conseguia separar o emocional do racional.

Passou a ser confuso quando o sentimento cruzou os dedos com a dor. A dor aqui sempre foi citada, nunca camuflada ou jogada num canto. Erro meu! Mas eu nunca aceitaria a presença dela numa história tão bonita e tão fantasiada... por mim, sempre por mim. Tentava ser a protagonista, mas acabei como codjuvante.

Eu nunca gostei de montanhas-russas. Nunca me agradou tuas oscilações que iam tão contra essa minha fábula de amor perfeito. Mas no final eu sempre sedia à adrenalina do momento. De alguma forma tudo que eu sentia era tão grande, tão forte, que escondeu teus erros, teu lado. Esse que na verdade, nunca foi metade. Mas eu não soube evitar. Não soube esperar, e a todo momento queria vivernos teus olhos, porque você já vivia nos meus.

E derrepente a minha imagem apagou nos teus olhos. A minha história encarava a realidade, e mais uma vez eu me sentia pequena, mas agora: sozinha. Queria uma mão que segurasse a minha enquanto eu desenhasse as palavras da nossa história. Um colo que me envolvesse, enquanto eu me escondia do que o mundo queria me mostrar. No final das contas, continuei não entendendo por quê insistir em botar a cabeça no meu travesseiro, quando ela foi feita pra caber no seu ombro.

Foi aí que eu lembrei da forma como a gente se conheceu. De quando eu disse que te amava. De quando você me retribuiu com o mesmo. Mas lembrei também da voz que eu não sabia de onde vinha, ou fingia não saber. Foi assim que na guerra entre o que eu sentia e o que eu queria, virei revolucionária. A arma branca de uma guerra fria.

Me inconformei. Parei de achar normal a sua ausência. Parei de me torturar com aquilo que não mais existia e só eu não podia (ou queria) ver. Assumi a estranheza por aquela pessoa que não mais devolvia carinho. Reivindiquei uma pessoa que eu sempre quis ter, mas que pela primeira vez, reconheci que não tinha. Colecionei cicatrizes contraditórias, mas suficientes o bastante pra me fazer entender que o que um não quer, dois não fazem. E PONTO FINAL! Como guerrear nunca foi meu forte, entreguei os pontos. Cansei! - respirei, enfim.

Então assim como a dor nos deixa mais fortes, a distância nos deixa mais unidos. E há alguns anos atrás, essa teoria pareceria facilmente um clichê besta de auto-ajuda, até que eu pudesse ver nitidamente dona distância operando milagres por aqui.

Verdade seja dita: ficar longe de quem se gosta pode ser um porre, mas nada melhor que uma boa distância pra unir pessoas. É como uma mola - quanto mais se distancia, mais tem a necessidade de se juntar. E assim somos nós todos, com nossa natural mania de dar um valor maior ao que está fora do alcance ou àquilo de que se sente falta. Pode ser positivo na maioria dos casos, basta saber enxergar do jeito certo.

Porque até o que eu sei foi posto à prova. E o que eu sei é que eu tinha nos meus olhos uma ingenuidade e um brilho que só de pensar em você já transbordava em palavras. Hoje, eu sou o limite em pessoa. Talvez essa tenha sido a chave que antes faltou e agora faria dar certo.

Rumos de vida foram seguidos, plausivelmente. Talvez diferentes, mas na mesma intensidade. Essa que junto com a imaturidade sempre andaram uma do lado da outra, um dia. Mas o tempo e o destino fizeram tudo de forma tão natural, que o acaso deu asas a imaginação. Coincidências foram transbordando até que nos encarávamos sem nenhuma pressão.

Foi denovo tão intenso que não saberíamos decifrar o antigo do atual. Mas foi diferente, sincero e CONCLUSIVO. O que era preto e branco tomou cor, e o que era dúvida ganhou certezas. Não era um recomeço, mas talvez um ''enfim, reconhecidos!''.

Podem não entender, mas aqui dentro é muito óbvio. Difícil mesmo é admitir que exageramos no fim das contas. Mas de fato, foi o melhor que ocorreu. Melhor ainda foi chegar a conclusão mútua de que era melhor colocar as reticências mas não acrescentar história. Um dos nossos melhores entendimentos.

Eu sou prolixa e tenho um diabinho sentado no ombro, me instigando como naqueles desenhos. Talvez seja a insegurança acumulada, talvez seja um meio que esse meu coração cansado (falou a oitentona) encontrou de se defender de ataques futuros. Ou talvez seja mais uma maneira irônica que essa minha vida banana tem de enfeitar a pior banalidade. Essa dualidade faz parte e vai de cada um produzir seus litros de sangue de barata ou aprender a dramatizar menos (opção vetada).

O tal diabinho até pode ser esperto e saber bem manipular. Ele só esqueceu que no ombro ao lado tem outro cara, duas vezes maior e vestido de anjinho.
Ah, e que ele faz jiu-jitsu.

E agora sim, a história começa. Distantes, mas em Paz!

Rafaella Telles

(Crônica meramente ilustrativa)

segunda-feira, 29 de março de 2010

Guardado À Sete Chaves, Feito À Sete Chaves...



Uma doçura de cores
aquarela de tons leves
de ritmo forte, um jardim de flores
mistura dos sentidos

Princesa de si,
ouça os pássaros cantar
a você a melodia mais acanhada
E vê se
abre essa janela
para o Sol te confortar

Alivia a sua dor
enxuga suas lágrimas do olhar
coloque um par de asas
Menina, tente sonhar

Senhorita, não jogue palavras ao vento
abre os braços ao sentimento
abrace o amanhecer de um novo dia
que o seu mundo é bem mais feliz enquanto ria

Dos teus lábios rosas salgados de mar
Dos teus olhos rasantes cor do céu
Da pele clara-morena-avermelhada
Transforma esse sal em mel

As suas mãos tocam as alturas das nuvens
E lá seu sorriso se confude
em meio ao brilho das estrelas
Obra divina, imagem bela
Emoldurado, num retrato, na tela

Seus cabelos exalam o perfume de jasmim
e se relembrar, recordar do esperar em vão
é triste assim, ah é sim
Não chores mais
pois ainda lhe resta o carinho

E siga lado a lado ao seu certo caminho
vai de encontro a um sonho de mundo afora
que aquilo no peito não demora
e se por doer, vai em direção ao cais
passe por ondas, conte as horas
Ouça o ruído de dentro

Senhorita Princesa, Menina Amiga
te satisfaz, encanta com os versos tais
Não se afogue num rio de solidão
Não deixe formar esse rio em seu coração

Quero avistar a alegria ímpar
Esperando no muro em faíscas
Imaginando, cantando, assobiando
a mais bela e doce canção.

R.S.C.S
( 2006 )


*
diretamente à mim
com amor, lealdade e carinho
tudo extremamente espelhado.

dos anos, a razão de ser e viver
o verbo amor somando palavras.
nunca soltas: saboreadas.

Rafaella Telles


''Ter amigos não é apenas compartilhar vidas, é uni-lás em uma só e fazer dessa união a sua única e mais valiosa caminhada.''

quinta-feira, 18 de março de 2010

a mulher de escorpião

Certamente as nativas de escorpião são sedutoras. Mas ao contrário das librianas, não é bem como se fosse uma aura. Em escorpião quando se trata de seduzir a coisa parece sobrenatural, tamanho o poder e hipnose. E o fato de que elas parecem não saber o poder que tem, só torna a coisa ainda mais intrigante. E bem, você também não saberia se ela soubesse, porque nada pode atravessar a barreira que a mulher de escorpião cria entre ela e o mundo. Ninguém sabe direito o que se passa ali. A única vez que você vai ver a pessoa escondida por tras daqueles olhos feitos de imã será em seus acessos de fúria. E nenhuma mulher é tão aterrorizante quanto esta furiosa. Todo mundo vai duvidar quando você disser isso, acostume-se. Vão olhar pra você com cara feia pensando: "como ele pode dizer uma coisa dessas sobre uma menina tão meiga e delicada?". Elas sabem esconder o que são ou sentem. É difícil dizer se você está apaixonado por essa mulher ou se foi simplesmente impossível desviar do feitiço que o olhar impenetrável dela lhe lançou. É uma femme fatale. Dizem que mexem com magia negra. Só intriga da oposição, claro. Mas eu não duvidaria tanto assim se tentassem me convencer. Ela admira a ambição e coragem num homem. Se parecem com as arianas em precisar de um homem que as orgulhe e as domine, sem mexer, claro, com sua individualidade escondida por antigos encantamentos. Uma vez em sua companhia, a credibilidade de um homem só tende a crescer mais e mais, porque ter chamado a atenção de uma mulher dessas não é pouca coisa. E assim que tenha é bom estar preparado para a intensidade de sua paixão. E quando eu digo intensa não é só um adjetivo que encontrei. Realmente é, como não se encontra por ai. As mulheres de escorpião são apaixonadas em tudo mas funcionam como uma represa, meticulosamente contida por seus olhos. Mas eu vou logo avisando, a menina é possessiva mas não tolera possessividade. Tá bom assim? E não serão poucos os homens sendo atraídos pelo magnetismo pessoal desta pessoa. Acho que é melhor nem discutir muito porque ela é tão... que ela vence até quando perde. A última palavra é dela. Aqui não tem meio termo. Ou ela vai te amar muito ou nada. E ficará infeliz se tiver que viver numa situação mais ou menos. As nativas do signo são donas de grandes virtudes e isso é inegável. Bem como seus defeitos são igualmente grandes. Dificilmente essa mulher será uma hipócrita. Ela não precisa estar casada para que seu relacionamento com alguém seja verdadeiro e acima de muito amor egoísta dentro dos conformes. Ela não entende outra lei senão a de seu próprio coração e acho que esta é uma de suas maiores definições.

Intensidade, paixão, força, coragem, independencia.
Devidamente apresentada!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Um dia, a mola também foi assim


Era uma mulher. dessas que veêm aventura em tudo. - Ah, que idéia maluca essa de se arriscar! - e lá foi ela. Largou o mundo por uma migalha de pão, um doce afago pelo eterno cinza da manhã. Pois pra quem sabe cismar, não há tempo nem dificudades que bloqueie. Carrega-se apenas uma vontade grande o suficiente que ultrapasse aquelas barreiras que vêm junto com a ambissão de vencer. E esta sai acotovelando previsões ou até qualquer cautela que faça um mortal caminhar para trás.

Esquecendo que causa e consequência andam de mãos atadas, foi realizar um desejo inconsequente. Chegou na terra da garoa e escalou o andar dos sonhos. foi ser bailarina. Se São Paulo fosse alguém pra conversar, ele seria do tipo de pessoa que não escuta. Que interrompe fala e te trai. Trai por atrair pessoas de todos os cantos, pra uma só missão. E o mundo da dança não está tão sozinho quanto quem conversa com esse melancólico lugar.

Vão os dias, vai ela. Pediu pra protagonizar seu próprio filme, e procurar oportunidade onde falta espaço. Mas o tempo passa, passou. Ela pediu por isso. Pediu alto. Pediu e vai conseguindo, mesmo que perdida, adora um resultado e não larga mão de tudo tão fácil assim.

Depois de acreditar-desacreditando, a mudança está só começando. E ser uma mulher que pôde escolher seu destino, vai muito além de poucas possibilidades.

Pernas pro alto e cheia de perseverança, espera por tudo que ainda vem.

Rafaella Telles

( Texto meramente crônico e ilustrativo. )

domingo, 3 de janeiro de 2010

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isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além

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