domingo, 9 de maio de 2010

Mãe


Ser Mãe
Coelho Neto

Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
o coração! Ser mãe é ter no alheio
lábio que suga, o pedestal do seio,
onde a vida, onde o amor, cantando, vibra.

Ser mãe é ser um anjo que se libra
sobre um berço dormindo! É ser anseio,
é ser temeridade, é ser receio,
é ser força que os males equilibra!

Todo o bem que a mãe goza é bem do filho,
espelho em que se mira afortunada,
Luz que lhe põe nos olhos novo brilho!

Ser mãe é andar chorando num sorriso!
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser mãe é padecer num paraíso!


* E foi assim que começou meu dia (ou melhor, o dela) recebendo da minha amada UFF um e-mail com esse poema de Coelho Neto. Sem dúvidas nenhuma, minha mãe se debulhou em lágrimas, e olha que desta vez não fui eu a autora de tais parágráfos. Mães são criaturas absurdas. Conseguem ser pessoas extremamente simples, e ao mesmo tempo carregam o poder do mundo nas mãos. Eu amo demais a minha dona Tereza. Minha força, minha inspiração, meu caminho de volta e meu exemplo de carinho.


' Quando eu ainda nem havia nascido, me lembro de te ver deitar na cama com a mão na barriga, tão cheia de dúvidas sobre meu sexo, tão ansiosa pra me conhecer... e de cima de uma nuvem espumosa, por onde te espiava em seus mínimos detalhes repletos de amor, decidi que te faria saber sobre mim e calaria as dúvidas do seu coração.

Logo depois que você pegou no sono, entrei no quarto na ponta do meus pés pequenos e, com algum esforço e sem fazer barulho algum, subi na cama e te alcancei. Por alguns segundos te olhei de perto. Você conseguia ser ainda mais bonita do que vista de lá do céu. Tinha um rosto de boneca e mãos de anjo. Haviam mesmo me contado sobre o dom que as mães têm de se tornarem luz aqui na Terra. Mas eu só acreditei nisso depois que ao seu lado, senti paz. E percebi que ainda estava por conhecer o que significava realmente o amor atemporal, incondicional. Em seguida, te dei um beijinho doce no rosto, ao que pra meu espanto, você acordou. E no ímpeto de me ter logo ao seu lado, me agarrou com seus (a)braços sempre tão fortes. Senti medo! Não era chegada a minha hora. Me contorci, me debati, escorreguei, te avisei que o tempo passaria depressa e lhe pedi calma. Saí correndo do quarto e de um salto, voltei pra minha nuvem e pra minha incansável rotina de dia e noite te espreitar.

Você acordou, piscou uma ou duas vezes pra tentar clarear toda aquela confusão. Em seguida, acariciou a barriga, como fizera naquelas outras 134 vezes durante o dia. E pensou como Deus havia sido bom por te mandar um sonho tão esclarecedor. Você perguntou se eu era menino ou menina e ficou assim sabendo, ao reconhecer a minha boca macia de coração. Sabia que eu seria a sua menina, só sua menina.

O que você não sabia, é que aquelas coisas todas não foram sonho, tão pouco coincidência. A verdade é que eu te escolhi muito antes de você me conhecer, mãe! E mais do que querer te acalentar a alma te contando quem eu era, queria mesmo era descer um pouquinho antes do tempo pra te sentir bem perto e perceber que sim, você era real!

Eu mal podia imaginar que as nuvens não me fariam falta alguma. Vez ou outra, veja só, encontro um pedaço enorme do céu dentro de você! '

Embala meus sonhos, mãe. Eles ainda se espelham em você.

FELIZ DIA DAS MÃES, MÃE ! eu te amo muito.

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