sexta-feira, 14 de maio de 2010

A última palavra

Destino!
Essa palavra tem cruzado muito com meus olhos nos últimos dias. Nunca fui de apostar apenas nele. Não gosto da ideia de me limitar ao que algum acaso, momento ou ocasião podem me reservar, mas bem que andam calando muito minha boca. O pior de tudo é que eu não sou aquela pessoa que vive a sua vida e num belo fim de tarde pensa em amar alguma coisa. Ah não, não. Pra mim é viver o amor e aí depois lembrar que tenho que acordar cedo no dia seguinte. Mas não tem sido bem assim.

Todo mundo vive em função de alguma coisa na vida. Todo mundo tem um f de x. Tem gente que quando vai dormir faz uma lista das coisas que tem que fazer no dia seguinte. Gente que repassa o que estudou pra não esquecer. Pessoas que planejam o futuro que talvez nunca venham a ter ou, com sorte, terão. Há quem reze e lamente-se das mazelas do mundo e de si. Ou que apenas desabe em sono profundo, e sinto inveja.

Sem CALCULAR nem planejar muito, a vida acontece. E como acontece! Quando menos esperamos, e passa ou não. E repito, o destino tem me pregado peças. E às vezes o gosto amargo do que ficou, deixa claro que não passou. Like a "eu sei é um doce te amar, o amargo é querer-te pra mim" (os hermanos sempre marcando alguma situação da minha vida).

Com os anos, a gente acaba descobrindo que o que precisamos nem sempre é o que buscamos. E mais uma vez no nosso desejo de fazer da própria vida um filme recorde de bilheteria, passamos a desejar que aconteça conosco uma revolução, uma reviravolta típica das comédias românticas, que nos arranque da mesmisse ou das dificuldades. Desejamos, ainda que timidamente, encontrar alguém made for us ao dobrar a esquina, esbarrando sem querer. Ser percebido por alguém na hora em que paramos pra pensar, distraídos, numa quarta-feira qualquer.

O tempo ou qualquer combinação de circunstâncias e acontecimentos que influem de um modo inelutável (como dita o dicionário), mesmo que eu não queira, mechem e remechem comigo. Já dizia meu colega Mário Quintana:''o tempo é só o ponto de vista do relógio''. E disse bem, visto que dependendo do que a gente faz, o tempo estica ou corre alucinadamente.

Eu não lembro bem o que me fez escrever tudo isso, ou qual foi a última coisa que disse antes do ansejo da despedida, mas sei bem que a decisão não foi só minha, muito menos fui a última a falar. O incontestável é que todo mundo tem a última palavra na sua própria vida. Dita, cantada, proclamada, sentida, expressada por meio de gestos, desenhos ou doutrinas do Paulo Coelho. O seu trajeto e o que fica é você quem diz.

E tenho dito!
Rafaella telles

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