quarta-feira, 19 de maio de 2010

Myself

Desde pequena, eu sempre vaguei por vários universos bem diferentes. Na escola, era amiga dos inteligentões, dos excluídos, dos pobres, dos ricos, do fundão, dos professores e das faxineiras, das santinhas, das nem tão santinhas assim. Fora isso, tinha a minha famíla, e, com o passar do tempo, todas as turmas que foram cruzando o meu caminho, como a do bairro, a do ballet, a do inglês, as virtuais, as agregadas, as certas e as tortas, as velhas e as novas.
E em cada um desses universos eu criava uma nova Rafaella, que se encaixasse. Essa sempre foi a melhor parte, em cada novo universo, você pode assumir um novo você, com elementos do que tá à sua volta e elementos teus. Mas sem deixar o verdadeiro eu ir embora.
Isso é MÁGICO.
É nessa que você se constrói, é de cada pedaço que você pega pelo caminho e vai colocando dentro de você que você é feito.
Mas uma vez me disseram que “mudar” de acordo com o ambiente e as pessoas que me cercam é errado e mostra que você não sabe quem é, ou que tá mentindo pra um dos lados.
Só que se você sair só andando na água, você se afoga. E se sair nadando na terra vão te dar choque no cérebro. Não dá pra virar um saco de atitudes predefinidas, isso não é viver, isso é encenar a própria existência.
Vou te falar o que é errado: atacar uma pessoa por ser várias ou não amar todas as pessoas que essa pessoa possa ser. Porque o sorriso dela é o mesmo em todo lugar, o olhar também, o cheiro também. E o que ela sente por você, também! Isso também vale pro que ela NÃO sentir.
Quando o outro é 10 e a gente é 10, a gente acaba sendo 20. Na minha cabeça, não faz sentido querer diminuir o resultado dessa soma.

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