sexta-feira, 28 de maio de 2010

Paquetá

'' ... É que eu já sei de cor qual o quê dos quais
e poréns dos afins, pense bem ou não pense assim!
(...)
Que desfeita, intriga, Uó! Um capricho essa rixa, e mal
do imbróglio que quiproquó e disso, bem, fez-se esse nó.
E desse engodo eu vi luzir de longe teu farol
minha ilha perdida é aí, o meu pôr-do-sol.''

terça-feira, 25 de maio de 2010

25.maio, dia do sapateado !

Ontem, dia 24, foi minha primeira aula de sapateado depois da minha decisão em voltar. E vocês não pensem que foi fácil, não só no quesito ''enferrujadíssima'', mas também pelo fato de tudo querer conspirar contra. Cadê que eu achava meu sapato? Nunca, em 12 anos de sapateado, foi tão dífìcil encontrá-lo. Ele sempre gostou de se esconder, escolher o lugar onde vai ficar. Mas ontem ele resolveu de-sa-pa-re-cer! Fora o fato de começar o dia com um ''veja com seu pai sobre sua volta lá''. Ahh, já tinha quaaase desistido, quando meu pai foi super simplório em sua decisão. Porém depois veio o episódio do sumiço do danadinho do meu sapato. Mas fui, firme e forte, enfrentei tudo e recomecei.

Agora, atentando ao fato de eu estar SUPER enferrujada. Tive menos dificuldade do que eu imaginava, mas nossa, perdi totalmente o ritmo da Vaninha e das meninas. Sem contar que as meninas em que eu mostrava os passos, me ajudaram desta vez nas minhas dificuldades. Fiquei passada, maaas sabia que um dia isso ia acontecer. Elas me ultrapassaram né, e estão melhores do que nunca. Que pull backs são aqueles! Preciso praticar e não parar mais.

Bem, Neste ano será comemorado o 1º ''Dia municipal do Sapateado''. O dia comemorativo surgiu a partir de uma lei, aprovada ano passado, que intitulou 25 de maio no calendário comemorativo da cidade, por ser a data de nascimento de Bill Bojangles Robinson (um dos grandes sapateadores americanos). O sapateado americano surgiu nos Estados Unidos, do encontro dos irlandeses com os negros africanos. É uma dança sonora, onde os sons são produzidos pelos pés, utilizando o sapato como instrumento.  
''Com as chapinhas nos pés, você pode tocar todo tipo de música. Só é preciso criatividade e treino para explorar todas as possibilidades do sapato – sons, timbres e combinações''. 

Parabéns, à nós, sapateadores!!!



Rafaella Telles

segunda-feira, 24 de maio de 2010

o outro lado


E corre, e cai, e tropeça mais um milhão de vezes. Quando vê, já foi mais de um mês. Mais de trinta dias vivendo, correndo, se orgulhando ou lembrando de fatos com aperto no peito. Quem sabe já não passou muito mais que isso?
Hoje eu vim pra cá olhando o outro lado. Vim olhando a estrada!
Meu olhar não se perdeu, meu sorriso foi de ânimo e minha força buscou mãos quentes e não areia de praia. 

''antes tarde, do que mais tarde ainda'' ...

por hoje é só! ;)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

ama-me baixinho


Quando a gente ama, tem sempre uma parte daquela pessoa que só a gente conhece. O jeito de ajeitar o cabelo com desinteresse, a palavra dita que sempre vem junto de um sorriso, ou até a maneira de olhar quando quer alguma coisa que, todavia, não pede. No fundo a gente sabe que, a despeito de qualquer defesa que a gente construa, colocamos ali, exatamente na leveza dos olhos daquela pessoa, todas as nossas esperanças, angustias e emoções.
Quando se ama, de verdade e com os quatro compartimentos do coração, aquela pessoa se torna uma equação que você vai resolvendo todos os dias, em silêncio. Aos poucos você percebe que a soma de um sorriso com um olhar que foge, é igual a timidez. Que multiplicar aleatoriamente os gestos e as palavras equivalem a "não consigo dizer em voz alta que te amo". E até que dividir com você o mesmo sono, apertado numa cama de solteiro, significa que ele precisa de alguém que o ajude a viver nesse mundo de loucos.
Existe algo de muito belo, ainda que assustador, em amar alguém. É como preencher as horas do seu dia com a mais intrigante de todas a coisas intrigantes. A idéia de compartilhar e ser compartilhado traduz a nossa necessidade de fazer parte dessa engranagem que movimenta o mundo ou, em melhores termos, de saber que, de alguma forma, não passamos em branco pela vida.
O amor é uma forma única que quando se divide, cria dois inteiros no lugar de duas metades. Quando se ama, dentro de você nasce e cresce a convicção de que, afinal, ainda existe sim uma esperança de que as coisas sejam mais e melhores.
 Mas, ainda que amar seja tudo isso que disse, ainda assim é uma dor. Dor que desperta diante da súbita constatação de que o amor que recebemos foi insuficiente para repor aquele que entregamos. Mas ainda que doa, mesmo assim, não saberia viver sem amar. Quem não ama nunca saberá o motivo de sua própria existência, jamais experimentará a segurança morna de um abraço e nem, tampouco, o enlaçe inviolável que é criado toda vez que um amor nasce entre duas pessoas.
Eu amo.
E espero que um dia possamos dizer que, apesar dos pesares, amamos com a total ausência dessa dor "que desatina sem doer". E como diria meu amigo Mário Quintana: ''a vida é breve, e o amor, mais breve ainda.''

Retweet


''BOM DIA vc q acordou de mau humor! Hj é sexta-feira, se isso ñ é motivo pra sorrir é pq sua vida tá msm mto ruim! Repense!'' (HugoGloss)


Hoje ao acordar, li essa frase de um retweet de uma amiga. Já me senti assim, então ri litros. Sorriso frouxo e fácil ultimamente (apesar de alguns pesares rs). Final de semana está aí, e seja lá o que você for fazer ou com quem você estará, arranque algum proveito disso. Não que a vida seja um mar de rosas. Não, e não é! Mas ficar pelos cantos reclamando de tudo também não dá. É bastante óbviu que quando você pensa positivo a ponto de virar uma boba alegre, tudo fica bom. E isso não acontece por causa da ''lei divina do pensamento positivo'', e sim porque quando você está de bom humor, até o que é ruim deixa de ser tão ruim assim. Cocô de passarinho no carro? Pois veja como a natureza é bela!

Um pouco de risada faz bem pra pele, geeente!
;)

sereníssima

'' (...) Acho que entendo o que você quis me dizer
Mas existem outras coisas

Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade,
Tudo está perdido mas existem possibilidades,
Tínhamos a idéia mas você mudou os planos
Tínhamos um plano, você mudou de idéia

Já passou, já passou - quem sabe outro dia.

Antes eu sonhava, agora já não durmo
Quando foi que competimos pela primeira vez?
O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe
Não entendo terrorismo, falávamos de amizade.

Não estou mais interessado no que sinto
Não acredito em nada além do que duvido
Você espera respostas que eu não tenho
Mas não vou brigar por causa disso

Até penso duas vezes se você quiser ficar. (...) ''

Renato Russo - Legião Urbana

* Essa música é demais. Ouçam!! 

quinta-feira, 20 de maio de 2010

do mocinho ao bandido

Nós, mulheres nos deliciamos em viver um romance no qual sejamos as verdadeiras protagonistas, que tenhamos que batalhar por eles e não o contrário. Adoramos não saber direito o que estamos fazendo. Chamam isso de ressaca. Depois de tantos e tantos anos inebriadas no perfume exageradamente doce do romance, sempre estivemos à espera na janela e nunca desbravando horizontes em busca de um amor. Fato é: o interessante é o homem ser apenas um pedaço do que queremos... porque, cá entre nós, o príncipe montado no cavalo é mais um hábito do que qualquer outra coisa.

Hoje somos muito mais exigentes. Procuramos um homem com qualidades que encontraríamos num Dom Juan e num Clark Kent com óculos de grau... tudo junto. Ele é quase o vilão das historinhas, mas ao contrário daqueles, é apaixonado pela mocinha. Um clássico western invertido. Homem bonzinho que respeita demais, que ama demais, que declara demais, é chato demais. O que avassala o nosso coraçãozinho é o olhar 43 no qual nos sentimos desejadas e aquele sorriso de canto de boca que nasceu com o dom de ser cafajeste. 'Ele não pode ser bonzinho demais. No começo ele tem que saber o que está fazendo mesmo. Depois, um "q" de preocupação: mensagenzinhas de madrugada, convites para sair no final de semana... Nada de romantismo demais.' - Dizem.

E sabe de uma coisa?

Concordo! Tá na hora de quebrar tabus e edificar desejos. Nossos pais lutaram pela liberdade de ser o que se quer ser. Cabe a nós, mulheres, tomar o partido e usufruir dessa liberdade. A pessoa com quem você vai passar o resto da vida pode estar em qualquer lugar, no mocinho, no bandido, ou nos dois!

Já disse Marta Medeiros: "O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa."

Falou e disse ?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Calce esta ideia!

Hoje tomei uma atitude muito importante na minha vida. Não sei como tudo começou, mas sei que estava a caminho do salão. Resolvi que voltarei pra minha amada dança. Isso mesmo! Nada me impedirá dessa vez. Não vou ficar mais por ai me lamuriando por não saber se quero Sapateado ou Odonto. Quero os dois, e ai de quem me contrariar!
A minha vida inteira foi assim, desde pequena amava dentes, ficava horas perguntando a minha dentista, sempre tão paciente comigo, sobre o que era o que dentro daquele consultório. Era um parque de diversões. Nunca fui emburrada. A não ser que fosse para fazer flúor (aaaaaaaaargh, detesto isso até hoje - meus pacientes que me desculpem).
E desde que me entendo por gente, ou desde a barriga dançante de minha mãe (te amo), eu vivo e respiro uma sala de balé. Fiz de tudo que você pode pensar rápido neste momento. Balé, jazz, sapateado, street dance, moderno, conteporâneo, dança de salão. E dentro desses, ''n'' outras modalidades. Minha mãe era bailarina, professora formada. Tinha outro rumo a seguir? Nunca fui obrigada, ia com o maior gosto do mundo e sempre fui inchirida. Não é a toa que com 12 anos fazia parte do grupo de sapateado dos Adultos da Dallal Aschcar. E os professores sempre me deram a maior força. Nesse quesito sempre fui muito precoce. Queria o mundo do sapateado ao meu redor.
Algumas vezes entrei na contramão da arte. Fiz curso de passarela, fotografia, etiqueta, maquiagem. Mas sempre acabava naquele metro quadrado cheio de espelhos na parede, e barras vermelhas para combinar com o slogan da academia.
Por alguns acasos, não muito bem vindos ao momento, meu endereço da dança mudou. Começa então o universo da Studio Talento e Arte. Novos projetos, muitas mudanças. Mas foram anos maravilhosos. Como aprendi com aquelas pessoas maravilhosas. Tudo começou em 2004, mas pra mim tinha acabado em 2007. Tinha! Repito.
Agora, sem muito porque, fui levada a ter vontade de voltar. Sempre há tempo! Esse é meu tempo, minha hora. Nada naquele momento me impediu de enfrentar minha realidade. Pessoas não conseguiam me ligar e desviar meu caminho, minha mãe não argumentou quanto a nada, consegui falar com meu antigo partner e ele me deu a maior força para voltar. Tudo foi como o não esperado. Normalmente alguém me ligaria, ou eu receberia alguma mensagem que desviaria meu rumo. Porém o destino, mais uma vez, me ajudou e eu consegui infrentar meus medos quanto a essa volta.
Muitas pessoas me motivaram a isso esse mês que passou. Não irei citá-las, mas aqui vai meu muito obrigada! Sem a palavra e incentivo de vocês (e cada um que lê, sabe a quem agradeço) nada disso estaria acontecendo.
E foi assim que Rafaella, voltou a sapatear!
DO YOU TAP? I PLAY!

meus pés
Rafaella Telles

Myself

Desde pequena, eu sempre vaguei por vários universos bem diferentes. Na escola, era amiga dos inteligentões, dos excluídos, dos pobres, dos ricos, do fundão, dos professores e das faxineiras, das santinhas, das nem tão santinhas assim. Fora isso, tinha a minha famíla, e, com o passar do tempo, todas as turmas que foram cruzando o meu caminho, como a do bairro, a do ballet, a do inglês, as virtuais, as agregadas, as certas e as tortas, as velhas e as novas.
E em cada um desses universos eu criava uma nova Rafaella, que se encaixasse. Essa sempre foi a melhor parte, em cada novo universo, você pode assumir um novo você, com elementos do que tá à sua volta e elementos teus. Mas sem deixar o verdadeiro eu ir embora.
Isso é MÁGICO.
É nessa que você se constrói, é de cada pedaço que você pega pelo caminho e vai colocando dentro de você que você é feito.
Mas uma vez me disseram que “mudar” de acordo com o ambiente e as pessoas que me cercam é errado e mostra que você não sabe quem é, ou que tá mentindo pra um dos lados.
Só que se você sair só andando na água, você se afoga. E se sair nadando na terra vão te dar choque no cérebro. Não dá pra virar um saco de atitudes predefinidas, isso não é viver, isso é encenar a própria existência.
Vou te falar o que é errado: atacar uma pessoa por ser várias ou não amar todas as pessoas que essa pessoa possa ser. Porque o sorriso dela é o mesmo em todo lugar, o olhar também, o cheiro também. E o que ela sente por você, também! Isso também vale pro que ela NÃO sentir.
Quando o outro é 10 e a gente é 10, a gente acaba sendo 20. Na minha cabeça, não faz sentido querer diminuir o resultado dessa soma.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Perdas e ganhos

Vigiada por tudo e todos, mas uma mulher completamente resolvida. Deu cara a tapa ao enfrentar situações que poucas engoliriam e sim cortariam o mal pela raiz. Mas fez o avesso, tumultuou tudo tentando viver suas ideias planejadas antes de dormir.
Com isso, se perguntava constantemente sobre a prepotência de algumas pessoas, e mais que isso, o sentimento gerado ali.
Depois de muito tempo, já com os papéis invertidos, sentimentos jogados no lixo, revoltas vencidas e mais uma vez resolvida, foi embaraçada pelo motivo de todo problema existente. Mas ao contrário do nomal, não pensa em pagar o bem com o bem, muito menos o mal com o mal. Mesmo que recebendo incentivos para tal de todos os lados.
A guerra é uma característica da sociedade em que vivemos. Mas é interessante perceber que, incorporada a esse mecanismo, existe uma guerra dos sexos. Os homens fazem guerra uns com os outros fazendo uso da força física, da pouca racionalidade e guerreiam sempre buscando alguma recompensa ou prêmio. As mulheres, noutra vertente absolutamente oposta, se debruçam sobre uma forma de fazer guerra que, bom, é absolutamente diferente (tinha que ser...).
Mas como já foi dito, essa mulher que vive dentro de tantas emoções e crônicas pseudo-fictícias, não tem como seu forte guerrear. Mas sem sombra de dúvidas, assiste de camarote a todo ''jogo''.
Um jogo. Expectativa e realidade são como um jogo vicioso onde quem ganha é sempre o azar. Azar de quem espera sempre o máximo das pessoas e não reconhece sorte do mínimo gesto de retorno. De quem não sabe equilibrar perdas e ganhos. Azar de quem nasceu carente assim.

E antes que ela deixe tudo de lado achando que ''algumas pessoas simplesmente não importam'', esquece a saudade, finge independência e garante que intensidade continua sendo o melhor (e o pior) nela.


Rafaella Telles

You can make a difference ...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sobre.viver o vício

Oi.
Meu nome é Pedro e eu sou viciado em dopamina.
Essas coisas acontecem com a gente e nunca se sabe quando elas começaram realmente. Às vezes é você tentando escapar despretensioso de alguma coisa, tentando dar sentido ao que não pode ser explicado ou impelido pelo motivo razoável de querer alcançar um alívio, chegar a um porto seguro. No início até que é bom, mesmo quando é ruim. Tem coisas que são assim né? Boas, na alegria e na tristeza. Mas aí depois de um tempo (e com a idade) você começa a sentir nas rugas e na lista sem 'ok' de ano novo, os danos que aquilo está provocando na sua vida. Alguns, permanentes.
Você começa a se afastar das pessoas que te rodeiam porque, naturalmente, você não vibra mais igual a elas. Sabe imã quando não se junta? Então. Na realidade elas, as pessoas, é que se afastam de você porque não se interessam mais pelo que você é, apesar de gostarem de você. E aí você fica meio consternado mas o que se há de fazer né? Tudo muda. E é bom mudar.
Todo bom viciado não anda sem sua droga. Jamais. Ela está sempre junto de você por todos os dias de sua vida como fiel escudeira. Você só tem paz se tiver ela, mesmo que seja só por ter ela ali paradinha, sem fazer nada. A gente não usa sempre, até porque é difícil de conseguir. Então são uns momentos raros de paraíso deslocado na sua vida. Quem já provou, prova sempre. Tem uns que conseguem largar, mas ressecam. Ficam inertes sobre duas pernas andarilhas... até que experimente de novo. E tem uns que morrem, literalmente definham. Casos raros.
A primeira vez que eu usei dopamina foi há dois anos atrás. Aqueles verões que a gente não esquece, sabe como é? Que você guarda numa caixa surrada no fundo da gaveta e que ninguém mexe porque acha que nada de importante é guardado ali? Mas só a gente sabe o que significa. E a primeira vez é a primeira vez. Você nunca experimentou nada igual e julga, leviano, que nunca irá experimentar algo melhor. Se joga com dois pés e duas mãos no mundo novo que se descortina na sua frente. Porque a droga não vem sozinha. É um caminhão de mudança. De lá de dentro desce centenas de lugares que você nunca foi, gente que você nunca imaginou conhecer, sentimentos dos mais inéditos possíveis e o centro do mundo se desoloca, suave, para debaixo dos seus pés. Seu novo lema é viver o que há pra viver. A droga, no encalço. Sem ela não tem festa. Sem ela não tem nada na sua vida.
Quando o tempo passa, você começa a obedecer a ela e não o contrário. Nessas horas você realiza pro fato de que há efeitos colaterais. Vez ou outra o coração acelera e vem aquela sensação de que o sangue tá correndo no sentido contrário dentro de suas veias. As vezes você se pega viajando, noutro lugar, bestificado. Você perde a concentração, não sente vontade de fazer as coisas que costumava fazer... é um desastre pscicológico. Tudo é demais. Vento é furação, chuva é tempestade, poesia é regra e um sorriso consegue ser música.
E ai quando se chega neste estágio, duas coisas podem acontecer: você continua se drogando porque continua a ser alimentado, ou então é obrigado a parar. E, anote aí, parar com a dopamina é uma das coisas mais dolorosas que existem. Aquela dor que dói e nao se sente sabe? De dentro pra fora?
Quando você para com a droga, é como se alguém tivesse feito um buraco em você que não se sabe onde e tudo está vazando. Uma hora você esvazia. Fica vazio mesmo, meio zonzo, sem entender o que está acontecendo, o que é a vida, como se vive. Fato é que a dopamina que correu no seu sangue durante tantos dias te inebriou de tal forma que você não se lembra mais como é viver sem ela. Como é dormir com si próprio? É estranho, meio que faltando alguma coisa. Como é começar o dia sem a perspectiva de que vai sentir todas aquelas emoções e coisas boas? Nada?
"Oi, meu nome é Desespero e eu estou aqui pra ser seu amigo"
Pior é que nesse caminho que eu não sei se posso chamar de recuperação, você nunca está sóbrio realmente. Fica catando restos de doses esquecidas em algum lugar. Tentando sentir de novo aquela sensação. Mas tudo é muito débil. Isso, no entanto e para a felicidade geral, passa. Mas pra passar... depende de muita coisa.
Sou viciado em dopamina e não a uso faz dois anos. É difícil demais. Vou tentar ficar sóbrio pelos próximos, mas não prometo nada. É uma escolha difícil, mas que uma hora ou outra você teria que fazer. A gente chega tão fundo as vezes, que voltar pra superfície leva tanto tempo quanto o impossível leva pra ser alcançado. Na jornada de recuperar-se, aceite ajuda se alguém te oferece. Converse com pessoas diferentes, porque tudo o que você não precisa é de gente que você já conhece. Não pegue o mesmo insuportável caminho de sempre, permita-se à liberdade. Não espere, nunca. Se tem uma coisa que eu aprendi é que esperar por alguma coisa é o mesmo que impedir que ela apareça. É como água que demora duas horas pra ferver se a gente ficar olhando. Por hora, evite lugares e situações que te remetem à droga, pelo menos por enquanto. Uma hora você vai ter que enfrentar essas coisas e, torcemos, irá superá-las. E se superou, está pronto para usar dopamina novamente. Mas dessa vez cuide mais de você mesmo e não se vicie nessa coisa. Você sabe que tudo demais é veneno. Dito isto, não há mal nenhum em ser usuário da dopamina. Por favor, concorde.
Até porque ninguém vive sem amor, vive?

"Dopamina é um neurotransmissor, precursor natural da adrenalina e da noradrenalina. Tem como função a atividade estimulante do sistema nervoso central. É um composto químico comum no corpo humano. A presença de elevados níveis de dopamina parece ser uma característica dos apaixonados. O papel da dopamina é importante no mecanismo de desejo e recompensa e seus efeitos no cérebro são análogos aos da cocaína. É uma verdadeira droga de amor"

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Amigas

''Algumas vezes na vida, você encontra uma amiga especial. Alguém que muda sua vida simplesmente por estar nela. Alguém que te faz rir até você não poder mais parar. Alguém que faz você acreditar que realmente tem algo bom no mundo. Alguém que te convence que lá tem uma porta destrancada só esperando você abri-la. Isso é uma amizade pra sempre. Quando você está pra baixo e o mundo parece escuro e vazio, sua amiga pra sempre te põe pra cima e faz com que o mundo escuro e vazio fique bem claro. Sua amiga pra sempre te ajuda nas horas difíceis, tristes e confusas. Se você se virar e começar a caminhar, sua amiga pra sempre te segue. Se você perder seu caminho, ela te guia e te põe no caminho certo. Sua amiga pra sempre segura sua mão e diz que vai ficar tudo bem. Sua amiga é pra sempre, e pra sempre não tem fim.''

Marilyn Monroe


* Tenho postado muito esses dias. Mais do que normalmente postava em um ano. Antes escrevia e guardava pra mim, poucos textos eram publicados. Mas agora não, bons textos tenho escrito e outros lido. Esse foi um que me chamou bastante a atenção. De fato expressa o relacionamento entre mim e minhas amigas.
Uma delas, além de ter relação de salada comigo hahaha, me ensinou (forçadamente) a admirar Marilyn Monroe. Uma amizade de boas trocas a nossa. Graças à mim ela tem um gosto musical mais refinado e conhece outros lugares além de sua bela moradia. E graças à ela tenho uma alimentação mais saudável e sou menos seca, fria, chata (não! chata eu continuo sendo.. rs).
Não só ela. Tenho grandes amigas, e tenho percebido isso cada vez mais ultimamente. Conto nos dedos, mas são indispensáveis nos meus dias.
Outra, me acolhe com todo amor do mundo em qualquer situação do meu dia. Sendo feliz ou triste o que tenho a compartilhar. Lá está ela! Quase uma irmã. Quase não. A irmã que não tive.
Obrigada, amigas.

A última palavra

Destino!
Essa palavra tem cruzado muito com meus olhos nos últimos dias. Nunca fui de apostar apenas nele. Não gosto da ideia de me limitar ao que algum acaso, momento ou ocasião podem me reservar, mas bem que andam calando muito minha boca. O pior de tudo é que eu não sou aquela pessoa que vive a sua vida e num belo fim de tarde pensa em amar alguma coisa. Ah não, não. Pra mim é viver o amor e aí depois lembrar que tenho que acordar cedo no dia seguinte. Mas não tem sido bem assim.

Todo mundo vive em função de alguma coisa na vida. Todo mundo tem um f de x. Tem gente que quando vai dormir faz uma lista das coisas que tem que fazer no dia seguinte. Gente que repassa o que estudou pra não esquecer. Pessoas que planejam o futuro que talvez nunca venham a ter ou, com sorte, terão. Há quem reze e lamente-se das mazelas do mundo e de si. Ou que apenas desabe em sono profundo, e sinto inveja.

Sem CALCULAR nem planejar muito, a vida acontece. E como acontece! Quando menos esperamos, e passa ou não. E repito, o destino tem me pregado peças. E às vezes o gosto amargo do que ficou, deixa claro que não passou. Like a "eu sei é um doce te amar, o amargo é querer-te pra mim" (os hermanos sempre marcando alguma situação da minha vida).

Com os anos, a gente acaba descobrindo que o que precisamos nem sempre é o que buscamos. E mais uma vez no nosso desejo de fazer da própria vida um filme recorde de bilheteria, passamos a desejar que aconteça conosco uma revolução, uma reviravolta típica das comédias românticas, que nos arranque da mesmisse ou das dificuldades. Desejamos, ainda que timidamente, encontrar alguém made for us ao dobrar a esquina, esbarrando sem querer. Ser percebido por alguém na hora em que paramos pra pensar, distraídos, numa quarta-feira qualquer.

O tempo ou qualquer combinação de circunstâncias e acontecimentos que influem de um modo inelutável (como dita o dicionário), mesmo que eu não queira, mechem e remechem comigo. Já dizia meu colega Mário Quintana:''o tempo é só o ponto de vista do relógio''. E disse bem, visto que dependendo do que a gente faz, o tempo estica ou corre alucinadamente.

Eu não lembro bem o que me fez escrever tudo isso, ou qual foi a última coisa que disse antes do ansejo da despedida, mas sei bem que a decisão não foi só minha, muito menos fui a última a falar. O incontestável é que todo mundo tem a última palavra na sua própria vida. Dita, cantada, proclamada, sentida, expressada por meio de gestos, desenhos ou doutrinas do Paulo Coelho. O seu trajeto e o que fica é você quem diz.

E tenho dito!
Rafaella telles

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O buchicho

Postado por Bruno Medina em 13 de maio de 2010 às 11:27 no instante posterior.


A pergunta que mais tenho ouvido desde ontem, na padaria, no twitter, aqui no blog e em todo lugar é “Bruno, verdade que o Los Hermanos vai voltar?”. Pois, a questão que pode soar um tanto deslocada para quem não tomou ainda conhecimento do buchicho que ecoa por aí, e que permanecia adormecida desde os shows de março do ano passado, voltou. Muito por conta de uma entrevista recentemente concedida à Revista Trip pelo Marcelo, em que ele menciona duas apresentações da banda agendadas para o próximo semestre. Bom, antes de tentar elucidar a questão, permitam-me cometer aqui o impropério da autoreferência, a partir de um trecho extraído de meu primeiro post nesse blog, há exatos 3 anos:

“A banda não acabou. Embora pareça claro, também não posso deixar de perceber como assusta outra palavra que usamos na nota divulgada em nosso site: “indeterminado”. Não é infinito, é indeterminado.”

Só me cabe, então, achar graça das tantas vezes que nos “mataram” durante esse tempo, talvez pela incapacidade de distinguir o significado da frase acima. Posto isso, não sei como responder à pergunta que me fazem sem parar; porque “voltar” não é o que melhor descreve o que está para acontecer, muito embora, sob determinado ponto de vista, também não deixe de estar certo.

O que posso lhes dizer é que recebemos, sim, propostas para shows em duas cidades pelas quais temos enorme apreço, Recife e Salvador. Ao que me consta não está nada acertado ainda, mas o desejo da banda é, definitivamente, que se concretizem. Solicitamos apenas que as apresentações ocorressem em espaços menores do que de costume, em teatros quem sabe, porque consideramos esses nossos lugares preferidos para tocar, por serem mais adequados no que se refere à acústica. E pronto, isso é tudo que sei até o momento.

Assim que houver novidades, terei prazer em atualizá-los.


* MEU DEUS! Se for assim, não perderei por nada!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

'pl


A vocês, eu deixo o sono.
O sonho, não!
Este eu mesmo carrego!
pl

terça-feira, 11 de maio de 2010

Negrito

' Trocam emails com uma educação forçada. Deixam tudo engatado e fingem que estão bem, tocando suas vidas com novos planos e projetos. Como se fizesse muito tempo desde a última vez que se falaram. Como se, de fato, tivessem vivido algo.
Ela não quer ser simpática e nem amiga. Quer perder horas contestando e pedindo porquês para uma lista de coisas. Quer gritar, dizer que tudo foi culpa dele. Que ele, a razão dela ter parado de fumar, foi também a razão pra ter voltado. Que aquela simpatia toda era uma fraude. Que, óbvio, que ela queria que ele largasse tudo e ficasse com ela, como nos filmes.
Não quer, mas tem raiva. Uma raiva imatura. Quer amassá-lo e jogar fora na lixeira mais próxima, como um rascunho que nada serviu. Mas, ela ainda insiste em não ver ele ainda intocável na mesa dela, como uma folha nova, pronta pra ser escrita a qualquer momento.
O nome dele em negrito está lá novamente no email dela. Ela se angustia, mas já sabe que deve ser feito dessa vez. '


crônica à uma amiga.

domingo, 9 de maio de 2010

Mãe


Ser Mãe
Coelho Neto

Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
o coração! Ser mãe é ter no alheio
lábio que suga, o pedestal do seio,
onde a vida, onde o amor, cantando, vibra.

Ser mãe é ser um anjo que se libra
sobre um berço dormindo! É ser anseio,
é ser temeridade, é ser receio,
é ser força que os males equilibra!

Todo o bem que a mãe goza é bem do filho,
espelho em que se mira afortunada,
Luz que lhe põe nos olhos novo brilho!

Ser mãe é andar chorando num sorriso!
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser mãe é padecer num paraíso!


* E foi assim que começou meu dia (ou melhor, o dela) recebendo da minha amada UFF um e-mail com esse poema de Coelho Neto. Sem dúvidas nenhuma, minha mãe se debulhou em lágrimas, e olha que desta vez não fui eu a autora de tais parágráfos. Mães são criaturas absurdas. Conseguem ser pessoas extremamente simples, e ao mesmo tempo carregam o poder do mundo nas mãos. Eu amo demais a minha dona Tereza. Minha força, minha inspiração, meu caminho de volta e meu exemplo de carinho.


' Quando eu ainda nem havia nascido, me lembro de te ver deitar na cama com a mão na barriga, tão cheia de dúvidas sobre meu sexo, tão ansiosa pra me conhecer... e de cima de uma nuvem espumosa, por onde te espiava em seus mínimos detalhes repletos de amor, decidi que te faria saber sobre mim e calaria as dúvidas do seu coração.

Logo depois que você pegou no sono, entrei no quarto na ponta do meus pés pequenos e, com algum esforço e sem fazer barulho algum, subi na cama e te alcancei. Por alguns segundos te olhei de perto. Você conseguia ser ainda mais bonita do que vista de lá do céu. Tinha um rosto de boneca e mãos de anjo. Haviam mesmo me contado sobre o dom que as mães têm de se tornarem luz aqui na Terra. Mas eu só acreditei nisso depois que ao seu lado, senti paz. E percebi que ainda estava por conhecer o que significava realmente o amor atemporal, incondicional. Em seguida, te dei um beijinho doce no rosto, ao que pra meu espanto, você acordou. E no ímpeto de me ter logo ao seu lado, me agarrou com seus (a)braços sempre tão fortes. Senti medo! Não era chegada a minha hora. Me contorci, me debati, escorreguei, te avisei que o tempo passaria depressa e lhe pedi calma. Saí correndo do quarto e de um salto, voltei pra minha nuvem e pra minha incansável rotina de dia e noite te espreitar.

Você acordou, piscou uma ou duas vezes pra tentar clarear toda aquela confusão. Em seguida, acariciou a barriga, como fizera naquelas outras 134 vezes durante o dia. E pensou como Deus havia sido bom por te mandar um sonho tão esclarecedor. Você perguntou se eu era menino ou menina e ficou assim sabendo, ao reconhecer a minha boca macia de coração. Sabia que eu seria a sua menina, só sua menina.

O que você não sabia, é que aquelas coisas todas não foram sonho, tão pouco coincidência. A verdade é que eu te escolhi muito antes de você me conhecer, mãe! E mais do que querer te acalentar a alma te contando quem eu era, queria mesmo era descer um pouquinho antes do tempo pra te sentir bem perto e perceber que sim, você era real!

Eu mal podia imaginar que as nuvens não me fariam falta alguma. Vez ou outra, veja só, encontro um pedaço enorme do céu dentro de você! '

Embala meus sonhos, mãe. Eles ainda se espelham em você.

FELIZ DIA DAS MÃES, MÃE ! eu te amo muito.

sábado, 8 de maio de 2010

Sorte


Eu sou sortuda.
Depois de tentar me descrever por diversas (e inúteis) vezes, pude chegar a esta simples conclusão. Sortuda.
Claro, milhões de mulheres, assim como eu, também são sensíveis. Também vivem com a cabeça na lua, esquecem as chaves de casa, são caseiras, friorentas, chegadas num drama e apreciam as espontaneidades. Difícil é serem sortudas.
Então porque eu gastaria linhas descrevendo características tão comuns quando tenho um verdadeiro pé de coelho nas mãos?

Pois a sorte conhece meu endereço e bate à minha porta. Está aqui, presente do bingo ao trevo de quatro folhas.
E eu sei, eu sei que você dirá que sorte não existe, que o que existe são conquistas. Então chame de acaso, coincidência, fé, o que for.
Independente do nome, aqui tem de sobra.

E antes que você pergunte onde está meu bilhete premiado na Mega Sena, onde foi parar o carro que ganhei no último sorteio ou quanto dinheiro andei achando na rua, é bom avisar:

Sorte pra mim é ver o carrinho de picolé chegando. É compartilhar gargalhada na segunda. Acordar com vontade de fazer bolo e ver que tenho os ingredientes. É ganhar beijo roubado. É ir à locadora e conseguir “O mágico de Oz” por dez reais. É ter um pai que brilha por mim. E uma mãe que parece ter trabalhado no céu.
De onde eu venho, sorte é conseguir me formar na profissão que eu queria, e já empregada. É ver que a margarida que você me deu e eu plantei no jardim, pegou. Que as fotos de ontem ficaram bonitas. E que o amanhã será muito, muito mais do que eu pedi a Deus.
Sorte pra mim é sol no sábado. É pijama até às 3. É reunir os melhores amigos com chapeuzinho de aniversário. É saber que amanhã é sexta. E que os problemas já podem ser substituídos.
Sorte é saber que eu sou forte, capaz e saudável. E saber que eu não sou um monte de coisas. Mas que posso ser.
É ter pra quem ligar quando eu quero rir. E ter alguém pra chamar quando eu quero colo.
É ter certezas. De que vai dar tempo. De que vai dar saudade. E de que eu sou determinada a ponto de quebrar a cara (e de não desistir com isso). É, acima de tudo, saber perceber que eu tenho sorte.

Sorte é ter um passado doce e o açucareiro nas mãos.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

...


escrevi TODO um texto e não salvei. eeu heim !
ainda consigo escrever um melhor que aquele.
vai ver não era pra ser postado.
mas continuo triste de ter sumido com ele..
ahhhhhhh !