segunda-feira, 3 de agosto de 2009

'pl



do espanto ao esperanto
através do meu ex-pranto
lá se vai meu por enquanto
pl

domingo, 14 de junho de 2009

'M.


"Felizes são aqueles que aprendem a administrar seus conflitos, que aceitam suas oscilações de humor, que dão o melhor de si e não se autoflagelam por causa dos erros que cometem.
Felicidade é serenidade.
Não tem nada a ver com piscinas, carros e muito menos com príncipes encantados.
O amor é o prêmio para quem relaxa."


Martha Medeiros

quinta-feira, 23 de abril de 2009

almost sweet talk


Com frequencia sonho com ele, mas jamais é inteiramente ele: ele às vezes tem, no sonho, alguma coisa de um pouco deslocado, de excessivo. E diante da foto, como no sonho, havia sempre um lugar reservado, preservado: a claridade de seus olhos.
é quase ele!
e é quase ali que eu gostaria de viver...

caffeine

domingo, 19 de abril de 2009

'M.

Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida.
Os fatos revelam tudo, as atitudes confirmam.
O que você diz, com todo respeito, é apenas o que você diz.

Martha Medeiros

quarta-feira, 25 de março de 2009

'pl












Dizes na cara
o que te vem a cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu,tano.
Eu,femismo.

Veríssimo.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Dançapateando

[Memórias de movimentos suaves, repletos de pas de bourrée, sissone e assemblé. Sonhos exaustivos e suados que só buscavam a perfeição.]

A dança, a priori, remeti a força e leveza do homem, transmitindo pelo corpo uma linguagem já aprimorada. Desde então, encara caras e bocas de todos os lados. Existem os que se aderem ao mundo e outros que caminham em um falso conceito.

Por um tempo exitei em expor meus sentimentos, mas mergulhei no princípio dos contratempos e em folha toda branca dei meu primeiro passo. Sem temer, esbocei tudo que me foi ensinado: gira, corre, salta. - olha o tempo! estica esse pé! - expressa, olha, vive. Tudo sete, oito.

Se antes o esforço e o empenho, depois as dificuldades, erros, tombos, bolhas. - Ah, as bolhas! nem me lembra delas. - Verdade é que só com toda essa mistura, a pureza do prefácio se faz real.


Assim, nasce todo o desejo de timbres, sons e combinações. Uma vez inerente à essas possibilidades, a base do seu corpo enriquece qualquer capela.

Me fogem as palavras ao tentar expressar o que significa pra mim ter o tempo na mente e total controle dos meus movimentos. O palco torna-se vazio e só escuto meus passos, meus flaps, meus riffs. Meu desafio é a música. Ela me acompanha.

Sapatos e sapatilha a postos, coreografia passada e repassada, vibrações carregadas de energia. Merda para todos! (Cortinas abertas.)

A música toca, meus movimentos são ricos, meu sorriso vibrante. Olhares me chamam atenção; olhos nos seguem. É notório o arrepio dos que ali estão. (Pose final.)


Meus pés tomados de ensaios pedem um salva de palmas.

Rafaella Telles

domingo, 14 de dezembro de 2008

O ex-estranho

redonda. nao, nunca vai ser redonda
essa louca vida minha
quadra, quadrinha
nao, nada,
essa vida nao vai ser minha.
vida quebrada ao meio,
voce nunca disse a que veio.
pl

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O silêncio que fala

O homem, em sua forma mais primitiva, expressava-se com uma linguagem pouco aprimorada. O corpo, a priori, cumpria diversas funções comunicacionais, já que a escrita era rudimentar. Hoje, o mesmo assume outras possibilidades expressivas diante da evolução da linguagem. Assim, essa tende a transmitir cultura, tendências e até mesmo paradoxos comportamentais. O corpo fala várias línguas.

Na grécia antiga o corpo era o templo que ilustrava os principais valores da época, como proporcionalidade, agilidade e fugalidade. Na contemporaneidade, é dado um foco excessivo à forma, o que deturpa os fins comunicativos do corpo. Embora pareca determinista, as possobilidades de leitura das linguagem corporais ficam limitadas à manipulação involutiva da estética. Muito músculo e pouco cérebro deixa o corpo grego analfabeto. O corpo está para a perfeição.

Diante dessa lógica, há um superexploração midiática da sensualidade. Nesse sentido, toda a libido que foi maquiada volta à cena por meio de uma apelação excessiva. Essa revela que o homem exteriorizou seus desejos, utilizando seu corpo como instrumento de exposição desmensurada. A forma humana, então, é estimulada com um investimeno para a obtenção do retorno aos prazeres instintivos mais primitivos. O corpo está para a cultura da sexualidade.

Antagonicamente, pode-se observar uma grande distância entre o ato e a verdadeira intenção de quem o produziu. Em uma realidade de fluidez dos valores morais, uma expressão acaba por ser relativizada, repercurtindo em resultados distintos a que foram reservados. Um aperto de mão não é mais garantia de lealdade, desnorteando a compreensão humana dessas representações. O corpo está para a cultura da incerteza.

Não há, dessa forma, uma gama de possibilidades de interpretação do que o corpo expressa,pois essa está restrita a um leque de opções manipulador da sociedade. Em um passado remoto, as expressões corporais eram marcadas por uma espontaneidade simplista. Hoje, são tomadas por artificialismos de intentos e ausência de princípios. A autenticidade deixou de ser característica. O corpo cala.

sábado, 1 de novembro de 2008

De amor em paz


Ah se toda lembrança fosse assim: tão sublime! Cada gesto marcado pela certeza da eternidade, pelo aconchego de um sorriso. Questão de merecimento, de sorte, de puro acaso ou até destino. É amigo! A vida vive nos testando, e por instantes não sabemos como reagir.

Um momento produtivo? Não! Um momento de satisfação? Também não! Um momento que não se escolhe, mas sim, acontece. Não obstante com tudo, brotam as supresas. Essas que conduzem dia, noite, barulho e silêncio com o mesmo objetivo. Desde então, o escuro não existe, o frio é confortável e as palavras têm vida. Se antes um desejo, hoje uma felicidade.

E é transbordando de alegria que os passos são dados meticulosamente com um só propósito: o futuro. São ensejos movidos de amor, regados de carinho e feitos com um suave toque saudoso de paz.

Rafaella Telles

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Tão fácil de enxergar... E chegar


Ainda que imersa em um mundo de tons e sons, me vejo ausente de toda turbulência do acaso. Nele seu maior risco é o preto e branco do ensejo, que visto a olho nu recicla todo prefácio. Ainda que preze por transpor pensamentos em palavras, observo-me sem saber o que dizer, porque enquanto se tem fé, a vida nos prega peças.

Em comum com as cores do universo, as luzes de outros mundos parecem mais translùcidas, como se houvesse permissão para o alcance de diversos interiores. Entretanto, eis que surge a minha vez. Tempo de cautela, de essência, de seleção.
Tempo de decolar. Modelar o pseudo-inatingível, e saber olhar com outros olhos.

Como em um túnel, segui no escuro focado em algo que me levava à frente. Apezar das vertigens, o alcance não é mais areia em minhas mãos. Agora meus passos são hesitantes, divididos em trechos, rastejados de lugares por onde andei morosamente. Muitos já teriam sido percorridos, e o trecho iminente... seria um destemido salto ao ar.

Tudo enfim, tão forte, tão intenso e tão estranhamente simples que não conseguia mais viver sem aquilo.

Rafaella Telles