A dança, a priori, remeti a força e leveza do homem, transmitindo pelo corpo uma linguagem já aprimorada. Desde então, encara caras e bocas de todos os lados. Existem os que se aderem ao mundo e outros que caminham em um falso conceito.
Por um tempo exitei em expor meus sentimentos, mas mergulhei no princípio dos contratempos e em folha toda branca dei meu primeiro passo. Sem temer, esbocei tudo que me foi ensinado: gira, corre, salta. - olha o tempo! estica esse pé! - expressa, olha, vive. Tudo sete, oito.
Se antes o esforço e o empenho, depois as dificuldades, erros, tombos, bolhas. - Ah, as bolhas! nem me lembra delas. - Verdade é que só com toda essa mistura, a pureza do prefácio se faz real.
Assim, nasce todo o desejo de timbres, sons e combinações. Uma vez inerente à essas possibilidades, a base do seu corpo enriquece qualquer capela.
Me fogem as palavras ao tentar expressar o que significa pra mim ter o tempo na mente e total controle dos meus movimentos. O palco torna-se vazio e só escuto meus passos, meus flaps, meus riffs. Meu desafio é a música. Ela me acompanha.
Sapatos e sapatilha a postos, coreografia passada e repassada, vibrações carregadas de energia. Merda para todos! (Cortinas abertas.)
A música toca, meus movimentos são ricos, meu sorriso vibrante. Olhares me chamam atenção; olhos nos seguem. É notório o arrepio dos que ali estão. (Pose final.)
Meus pés tomados de ensaios pedem um salva de palmas.
Rafaella Telles
Um comentário:
liiindo, rafa =)
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